Teatro romano

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Por Marcelo Albuquerque

O teatro grego, como estrutura arquitetônica, continua sendo popular na atualidade, estando presente em diversos projetos atuais, de parques a edifícios públicos. O surgimento do teatro grego é atribuído aos ritos de fertilidade e aos cultos a Dionísio, quando o pátio circular da debulha passou a ser o palco das encenações. Os primeiros festivais eram de origem religiosa, onde os sacerdotes ocupavam a primeira fila da orquestra. As peças abordavam temas humanísticos dentro de uma concepção de uma nova ordem social e urbana grega, como o destino, as fatalidades, as injustiças e a justiça, as oportunidades, as desgraças e o livre arbítrio, culminando nas grandes obras de Sófocles, Ésquilo, Eurípedes, Aristófanes e Menandro. Téspis de Ática introduziu o primeiro ator em Icria no século VI a.C. No século V a.C. haviam mais de 1200 peças teatrais. O Teatro de Herodes Ático, bem próximo à Acrópole, recebeu interferências modernas e é utilizado até hoje, assim como outros, em menor escala.

Os teatros romanos se popularizaram nos tempos da república, em palcos de madeira provisórios e armados a céu aberto. Pompeu foi o primeiro a construir um teatro de pedra em 55 a.C., sendo que o teatro levou seu nome (Teatro de Pompeu). Anteriormente, os teatros tinham como característica sua efemeridade, pois podiam ser desmontados e montados em outro sítio. Pompeu constrói o primeiro e maior teatro definitivo no Campo de Marte, em Roma. O complexo abrigava jardins e templos, e parte das ruínas são vistas no Largo di Torre Argentina. Foi o local do assassinato de Júlio César, nos Idos de Março, em 44 a.C., junto aos pórticos helenísticos que ali existiam. O auditório do teatro, no avançar dos tempos medievais, serviu como fundação para edificações, que possuem uma forma curva que acompanha o antigo desenho do auditório, na atual Via Grotta Pinta.

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Largo di Torre Argentina. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Os teatros romanos também possuíam seus desenhos baseados nos teatros gregos, com forma de meio-círculo, aproveitando os declives acentuados dos terrenos. Como aponta Giordani, o teatro romano possuía acessórios mais aperfeiçoados que o teatro grego: existia uma cortina de cena, trajes suntuosos e a machina que permitia fazer descer dos céus os deuses e heróis (deus ex machina). Os gêneros populares em Roma eram:

– Mimo: peças cômicas e burlescas da vida cotidiana, as vezes de caráter imoral, com críticas sociais e políticas.

– Pantomina: imitação ao estilo do mimo, onde as fisionomias e os gestos substituíam as palavras.

Voltando à arquitetura, a diferença principal será na introdução das grandes arquibancadas de concreto, elevando-as a dezenas de metros do primeiro pavimento, possibilitando a construção em diversas inclinações de terrenos. Já os anfiteatros, como o Coliseu, possuem a forma circular ou oval, como dois teatros romanos espelhados. Os declives acentuados proporcionavam uma excelente acústica. Os teatros cobertos menores eram chamados odeons. Os elementos de um teatro romano, são, principalmente:

– Orquestra: constitui-se na área semicircular em frente ao cenário, onde o coro cujo centro era erguido um altar a Dionísio nos tempos gregos antigos.

Pulpitum: a plataforma elevada em que os atores atuavam.

Proscenium: onde os atores atuavam, podendo se prolongar para a orquestra.

 – Cenário: composto por monumentais fachadas arquitetônicas, atrás do proscenium, muitas vezes com vários andares de altura.

– Boca de cena: parede do palco em geral adornada com nichos.

Cavea: como arquibancadas, podiam ser concebidas de madeira e de pedra. Como se vê no Coliseu, podiam receber finos revestimentos nas áreas mais nobres galeria semicircular, onde fileiras de assentos para os espectadores. Foi dividido em ima cavea (linhas inferiores, o melhor lugar do teatro), cavea mídia (a parte do meio) e summa cavea (arquibancadas superiores).

Aditus: entradas para as laterais do teatro, a partir da orquestra. Maximus aditus eram duas entradas monumentais que conectavam ambos os lados do teatro para a orquestra.

Vomitoria: acesso abobadado para fluxo de pessoas. O termo  vomitorium também se aplica ao fluxo eficiente de saída dos espectadores em tempo curto.

– Velarium: vela (similar às dos navios) sobre a cavea que a cobria e a descobria, de forma a proteger os espectadores das intempéries (ver Coliseu).

O Teatro de Marcelo foi iniciado por Júlio César e foi terminado por Augusto, sendo concebido em homenagem ao filho de Otávia, Marcelo. Em 20 a.C. Augusto passaria o império para o sobrinho Marcelo, mas este morreu jovem, antes de Augusto. O Teatro de Marcelo influenciou a construção e a estética do Coliseu. Sobre o Coliseu, este será visto com mais detalhes na Dinastia Flaviana. Sua estrutura e acabamento contempla tanto o concreto como o mármore travertino, devido à atenção especial dada à Augusto pelo edifício. Suas colunas externas não têm função estrutural. O primeiro nível é da ordem dórica, o segundo é jônico. O terceiro se perdeu, e provavelmente seria de ordem coríntia. O edifício se localiza em frente ao templo de Apolo Sosiano, na entrada do Gueto Judeu, tradicional bairro romano.

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Teatro de Marcelo, Roma. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Termas de Caracala

Por Marcelo Albuquerque

As Termas de Caracala constituem uma das maiores ruínas de termas imperiais de Roma ainda preservadas e abertas à visitação, comparada apenas em grandeza e opulência às Termas de Diocleciano. Se situam sobre uma extremidade da colina do Aventino, no trecho inicial da Via Appia, construídas entre 212 e 216 d.C. Acredita-se que pode ter sido iniciada em 206 por Sétimo Severo, seu pai e fundador da dinastia. Sucessores, como Heliogábalo (218-222) e Alexandre Severo (222-235) continuaram sua construção e ornamentação. O complexo era abastecimento por uma ramificação do aqueduto Acqua Marcia, conhecido como Aqua Antoniniana, que cruzou a Via Appia pelo Arco de Druso (ver Aquedutos e pontes).

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Ruínas das Termas de Caracala, vista do exterior. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

A planta das Termas de Caracala é inspirada no modelo das Termas de Trajano no Esquilino, com um amplo desenho quadrangular abrigando toda uma infinidade de serviços, atingindo aproximadamente 400 metros de largura. No apodyterium se preservam antigos mosaicos. Importantes obras de arte foram descobertas no local durante escavações, especialmente no século XVI, como as esculturas de Farnese (o Touro, a Flora e Hércules, propriedades do Museu Arqueológico Nacional de Nápoles) e o mosaico com vinte e oito figuras de atletas, descoberto em 1824, pertencente aos Museus do Vaticano.

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Planta das Termas de Caracala. Fonte: Wikipedia. https://fr.wikipedia.org/wiki/Thermes_de_Caracalla. Acesso em: 12 set. 2016.

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Termas de Diocleciano

Por Marcelo Albuquerque

As Termas de Diocleciano são as maiores da Roma Antiga, iniciadas em 298 pelo imperador Augusto Maximiliano, nomeado pelo imperador César Diocleciano, no contexto da tetrarquia romana (ver Tetrarquia), sendo inaugurado em 306. Atualmente se situa na Praça da República, Piazza dei Cinquecento e na Via XX Settembre, abrigando parte do complexo do Museu Nacional Romano e da Basílica de Santa Maria dos Anjos e dos Mártires. Os banhos atendiam as regiões populosas das colinas do Quirinal, Viminal e Esquilino. O complexo é muito semelhante às Termas de Caracala, que por sua vez foi inspirada nas Termas de Trajano.

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Termas de Diocleciano vista da Praça da República. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Maquete das Termas de Diocleciano e a Praça da República, de formato semicircular, de cor branca. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Para a sua construção, foram demolidas diversas casas e edifícios da região, sendo que algumas foram escavadas na Praça da República durante a ampliação do metrô. Fellini, no filme Roma, de 1972, apresenta, de forma majestosa, sua visão do encontro dos arqueólogos com afrescos antigos, durante as escavações do metrô, como podemos ver no link a seguir:

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Cortile (palestra) do Museu dos Banhos das Termas de Diocleciano. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Museu dos Banhos das Termas de Diocleciano. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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O Tempietto de Bramante e o Gianicolo

Por Marcelo Albuquerque

O Tempietto, no monte Gianicolo, antiga colina de Roma, dentro do complexo de San Pietro in Montorio, foi construído por Donato Bramante entre 1502 e 1509. É uma grande joia arquitetônica do Renascimento inspirado no tholos clássico, conhecido por sua investigação proporcional e geométrica na relação entre as partes. Construído no meio de um dos pátios do mosteiro, é composto de uma colunata dórica de granito cinza, com entablamento com frisos e decorado com métopas e triglifos. O templo, muito pequeno, tem forma circular e um corpo cilíndrico com diâmetro de apenas 4 metros, pois tem uma função puramente simbólica e memorial, mais do que um espaço dedicado às funções litúrgicas. A forma cilíndrica foi cuidadosamente transformada no interior, com altos e profundos nichos, quatro dos quais recebem pequenas estátuas dos evangelistas, enquanto no altar está uma estátua de São Pedro. O suntuoso piso é feito inteiramente com azulejos policromos de mármore, em estilo cosmatesco medieval, mas que havia voltado à moda no final do século XV. A cúpula foi projetada em concreto e tomou como modelo o Panteão, colocada sobre um tambor decorado por pilastras formando um sobreposto com as colunas. Sob o templo, há uma cripta também circular, cujo centro indica o local onde foi plantada a cruz do martírio de São Pedro. A ideia de Bramante nasceu do desejo de criar um edifício que iria seguir o exemplo das primeiras e pequenas construções circulares cristãs usadas geralmente como martirya, fundamentadas no tholos greco-romano. A influência do pequeno templo é colossal, vista na cúpula da Basílica de São Pedro, de Michelangelo, e no Capitólio, em Washington DC, ou mesmo no Panteão, em Paris.

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Tempietto de Bramante. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Tempietto de Bramante localiza-se no monte Gianicolo (Janículo, em português), antiga colina de Roma, dentro do complexo de San Pietro in Montorio. A colina não faz parte do grupo das sete colinas tradicionais, ligadas às origens de Roma. O nome da colina, segundo a tradição, deriva do deus Janus, o deus de duas faces, ainda dos tempos dos etruscos. A colina não fazia parte da antiga Muralha Servia, mas foi incluída parcialmente nas Muralhas Aurelianas. Na encosta oriental que desce para o rio Tibre localiza-se o distrito histórico de Trastevere, enquanto a ocidental leva ao bairro moderno de Monteverde. É um dos pontos turísticos mais atrativos da cidade, com vistas panorâmicas da cidade velha, abrigando monumentos arquitetônicos, igrejas e fontes. Nos tempos antigos estava coberta de bosques sagrados dedicados a diversos deuses pagãos, incluindo a deusa egípcia Isis. Dentre as atrações do Gianicolo, destacam-se o monumento equestre a Giuseppe Garibaldi, a Villa Doria Pamphili, Villa Corsini, igrejas e conventos como San Pancrazio, San Pietro in Montorio e o Convento de S. Onofrio.

Tempietto de Bramante. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Tempietto de Bramante. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

O Gianicolo tornou-se, após a unificação da Itália, no século XIX, um grande parque público e memorial do Risorgimento. Em 1849, liderados por Giuseppe Garibaldi, na colina teve lugar a última forte defesa da República Romana proclamada no mesmo ano. No ponto mais alto da colina foi colocada a estátua equestre de Garibaldi, concebida por Emilio Gallori, inaugurada em 1895, e de Anita Garibaldi, obra de Mario Rutelli, de 1932, em colaboração com Silvestre Cuffaro. Na encosta, ao longo do caminho que desce para o Vaticano, foi colocada uma série de bustos de mármore de retratos de guerrilheiros famosos. Perto da estátua de Garibaldi foi colocado um canhão que dispara, ao meio-dia, um tiro. Pode-se observar também o Ossuário de Garibaldi, um monumento de feição neoclássica do período fascista de Mussolini. Foi desenhado pelo arquiteto Giovanni Jacobucci (1895-1970) e solenemente inaugurado em 1941, contendo os restos mortais de combatentes referentes às batalhas até a década de 1870.  Em uma área cercada, um pórtico austero em mármore travertino, constituído por três arcos de volta perfeita de cada lado, contém o núcleo do monumento: um altar esculpido de um único bloco de granito vermelho, adornado com alegorias da Roma Antiga, como a loba, a águia imperial, escudos e espadas. Acima dos arcos vemos as palavras “Roma o morte”. No local são realizadas celebrações oficiais.

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Ossuário de Garibaldi, Roma. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Vista de Roma a partir do Acqua Paola. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Placa da Academia de Espanha na entrada do Tempietto. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

A igreja de San Pietro in Montorio, onde se situa o Tempietto de Bramante, é o local que, segundo a tradição, tinha sido crucificado São Pedro, local citado desde o final da Alta Idade Média, por volta do século IX.  No local foi erguido um mosteiro para os beneditinos, e no século XV, já em ruínas, passa para os franciscanos, que restauram e ampliam o complexo, reerguendo uma nova igreja, dentro de um programa de desenvolvimento planejado por Sisto IV. As obras foram financiadas por monarcas como Luís XI de França e Ferdinando II e Isabel de Castela, reis de Espanha. A igreja foi consagrada pelo Papa Alexandre VI (Rodrigo Borgia) em 1500. O complexo sofreu graves danos nas mãos dos franceses, quando Napoleão III interveio para acabar com a segunda República romana de 1849. Durante a defesa do Gianicolo, a igreja foi usada como um hospital, além de ter sido saqueada.

Igreja de San Pietro in Montorio. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Atualmente pertence à Real Academia Espanhola, em Roma (existem vários edifícios de Espanha na Via Garibaldi até a Piazza San Pietro in Montorio, pertencentes à embaixada espanhola). A igreja possui obras de artistas eminentes dos séculos XVI ao século XVII, como Sebastiano del Piombo, Pomarancio, afrescos da escola de Pinturicchio, atribuições de Baldassare Peruzzi e Francesco Baratta. Até 1797 a Transfiguração de Rafael estava no altar-mor, quando foi retirado pelos franceses mas devolvido em 1816, quando passou para a Pinacoteca do Vaticano, sendo substituído por uma cópia da Crucificação de São Pedro de Guido Reni. A segunda capela do lado esquerdo, a Capela Raimondi (1640), foi projetada por Gian Lorenzo Bernini.

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Interior da igreja de San Pietro in Montorio. À esquerda, a Capela Raimondi, com o relevo do Êxtase de São Francisco, de Francesco Baratta, 1640. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Na rampa chamada Via S. Pietro in Montorio, que encurta o caminho da Via Garibaldi até a praça da igreja, foram erguidas, em 1957, as estações da Via Crucis feitas de terracota policromada pelo escultor Carmelo Pastor, no lugar de outra que estava em ruínas.

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Via Crucis in San Pietro in Montorio, Roma. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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O Aventino visto do Gianicolo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

A fonte Acqua Paola está localizada no topo do Gianicolo, próximo ao Ossuário de Garibaldi. No passado, era o terminal de abastecimento da Acqua Paola (aqueduto de Trajano), restaurada entre 1608 e 1610 pelo Papa Paulo V, responsável pelo abastecimento de áreas como o Trastevere e o Vaticano. De monumental beleza, é um dos principais cartões postais da cidade. A metade inferior é composta por arcos, sendo três grandes arcos centrais ladeados por dois menores, separados por colunas em altos pedestais. A metade superior, acima dos três arcos centrais, é ocupada por uma grande inscrição que testemunha a construção da fonte, como um ático de arco de triunfo. A estrutura é coroada com um enorme brasão do Papa (Borghese) no frontão, ladeado por dois anjos esculpidos por Ippolito Buzzi (1562-1634). Parte de seus mármores foram retirados do fórum de Nerva.

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Aqua Paola. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Acqua Paola. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

A Fonte da Prisão está localizada na Via Goffredo Mameli com a Via Luciano Manara, na descida do Gianicolo para o Trastevere. O nome “Prisão” advém da figura de mármore que aparentava ser um prisioneiro que tenta libertar-se da matéria, de acordo com descrições do século XVII. Esta escultura seria parte de um grupo mitológico maior, hoje perdido, inserido no nicho da fonte. Foi terminada em 1587 quando da renovação e restauração da antiga Acqua Alexandrina, porém esta foi desmontada e remontada na posição que ocupa desde 1923.  Seu desenho consiste em um grande nicho em semi-cúpula delimitado por duas pilastras que sustentam o frontão decorado com guirlandas e cabeças de leão (símbolo heráldico de Sisto V). Na base, estão bacias que recebem águas das torneiras, enquanto a cabeça de um leão, no centro, verte água na bacia ao nível da rua. A fonte é ladeada por duas grandes volutas.

A Fonte da Prisão. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Vista de Trastevere, abaixo do Gianicolo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Descendo o Gianicolo, em direção ao Campo de Marte e ao Vaticano, encontramos joias da história da arquitetura, como a Porta Settimiana. Ela é uma das portas que restaram das Muralhas Aurelianas de Roma, concebido pelo imperador Aureliano, no século III d.C.

Porta Settimiana. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Basílicas

Por Marcelo Albuquerque

As basílicas surgem em Roma, influenciadas por estruturas helenísticas dos centros administrativos, como as stoas das ágoras gregas, e foram modelos para as plantas basilicais das grandes catedrais da Idade Média. Não se destinavam a cultos religiosos. Acolhiam grandes salões, bibliotecas e um grande número de pessoas. Suas funções eram majoritariamente judiciais, funcionando como tribunais para várias instancias, mas também para às questões comerciais, civis e de entretenimento da Roma Antiga. Eram constituídas de grandes salões retangulares, com divisões internas de colunatas, muitas delas arcadas, formando uma grande nave central e duas ou mais naves laterais. Na cabeceira, localizava-se, em geral, uma abside, estrutura em forma de meio cilindro coberto com uma meia abóbada. Podia acolher a figura do imperador, como a estátua colossal de Constantino, acervo dos Museus Capitolinos (ver Basílica de Constantino). O catolicismo adotará a abside como elemento funcional e simbólico, sendo por excelência a localização próxima do altar medieval. Suas naves laterais podiam conter exedras, estruturas semelhantes em forma à abside.

2018 - Basilica Julia - nanquim e caneta marcador 21 x 29 cm

Marcelo Albuquerque: Basílica Julia. Desenho a partir de modelo 3D de L.VII.C. Nanquim e caneta marcador, 21 x 29 cm,  2018.

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Basílica Júlia, Fórum Romano. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Embasamento e fragmento de uma semi-coluna dórica adossada em uma pilastra da Basílica Júlia, reconstruída a partir de fragmentos originais. Fórum Romano. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Coliseu

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Por Marcelo Albuquerque

O Anfiteatro Flaviano, conhecido como O Coliseu, talvez a mais emblemática construção romana, foi iniciado por Vespasiano em 72 e inaugurado em 80 por seu filho Tito Flávio (79 – 81). Foi terminado por Domiciano entre 81 a 96. É o maior anfiteatro romano já construído e se tornou o símbolo da própria Roma. Estima-se uma capacidade para 50.000 a 80.000 espectadores. O edifício forma uma elipse com perímetro de 527 m, com eixos medindo aproximadamente 187 e 156 m. A arena medida cerca de 86 × 54 m, e altura atual atinge 48,5 m, mas originalmente possuía 52 m. Assim como o Arco de Tito, o trabalho foi financiado com as receitas resultantes de impostos e despojos do saque do Templo de Jerusalém, no ano 70 d.C.

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Anfiteatro Flaviano, o Coliseu, visto a partir das encostas do Esquilino, local da antiga Domus Aurea de Nero. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Anfiteatro Flaviano, o Coliseu. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

A área construída foi o vale entre o Fórum e o Celio, no local do lago artificial da Domus Aurea de Nero. A demolição dos edifícios e da imagem de Nero foi parte de uma política de Estado devido ao seu desastroso e infame governo, e o Coliseu seria uma excelente oportunidade do império devolver à Roma o terreno usurpado por Nero com um edifício de gigantesco apelo popular. Vespasiano drenou o lago e lançou as bases do anfiteatro, vindo a morrer em 79. Tito acrescentou novas fileiras de assentos e o inaugurou com cem dias de jogos, em 80, em homenagem à Vespasiano. Logo depois, o segundo filho de Vespasiano, Domiciano, completou o trabalho. Acredita-se que o anfiteatro comportava, no início, naumaquias, ou seja, batalhas navais encenadas na arena, com águas desviadas do Acqua Claudia, antes da construção dos hipogeus para abrigar os gladiadores, condenados e animais selvagens, além dos sistemas de elevadores que elevavam as atrações do hipogeu para as areias da arena.

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Pollice Verso por Jean-Léon Gérôme, 1872. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Coliseu. Acesso em: 14 set. 2016.

O nome Coliseu é derivado da estátua gigante que representaria o próprio imperador Nero, mas que foi preservada durante a demolição do palácio do mesmo, a Domus Aurea, reformada para representar a imagem do deus Sol Invictus. O colosso foi transferido de seu local original para se assentar em frente ao templo de Vênus e Roma durante o império de Adriano.

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Vista interna do Coliseu. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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