Aquarela: introdução

Por Marcelo Albuquerque.

Este texto é parte dos cursos e disciplinas ministrados pelo autor.

Primeiramente, devemos nos perguntar o que é a aquarela. A aquarela é uma tinta formada basicamente pelo pigmento colorido bastante moído e por um aglutinante, geralmente goma arábica. Sua principal característica é a transparência. Como o próprio nome indica, ela se baseia no uso da água, no qual os pigmentos se transferem para a superfície. Evaporada a água, o pigmento forma uma mancha de cor sobre o papel, que se fixa através do aglutinante, similar a uma cola.

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Marcelo Albuquerque. Paisagem e Arquitetura. Aquarela, 55 x 75 cm, 2006.

Assim como o guache, a aquarela é uma tinta a base de água. A diferença entre a aquarela e o guache está na forma como a tinta é preparada e usada. Na aquarela, por sua transparência, vê-se o suporte, enquanto o guache, opaco pela carga[1] que recebe, sobrepõe-se ao fundo.  Mas também podemos trabalhar o guache e todas as técnicas de pintura de forma a obter a transparência, bastando diluir bem a tinta para evidenciar o suporte. Diferente da pintura tradicional, na maioria das vezes, para obtermos o efeito luminoso na aquarela utilizamos o próprio branco do papel, ou seja, as regiões mais claras e luminosas são pouco trabalhadas e devem ser as primeiras a serem pensadas, onde as partes mais densas e carregadas se formarão através de sobreposição de camadas, gerando a formação de novos tons, enquanto nas técnicas pictóricas mais densas, como a pintura a óleo e acrílica, geralmente adiciona-se as cores correspondentes ao brilho.

Pode-se trabalhar a aquarela de diversas formas, por isso sua popularidade é grande. O caráter imprevisível torna-se um desafio, pois exige uma certa previsão e uma capacidade de tomar decisões rápidas. Dificilmente se esconde um “erro” devido a sua transparência, mas muitas vezes o erro vira um acerto. A aquarela é a técnica do acaso e da virtuosidade ao mesmo tempo, e o conceito de erro em arte é bastante duvidoso!

TintasAglutinantes
Aquarela, guacheGoma-arábica
NanquimGoma-laca
ÓleoÓleos vegetais: linhaça, cravo, nozes, etc.
TêmperasOvo e caseína (cola de leite)
EncáusticaCera de abelhas
Acrílicas e vinílicasResinas sintéticas (polivinílicas)

Denominação das tintas e seus aglutinantes. Fonte: Colnago, 2003.

Para trabalhos mais meticulosos, é importante ter um bom esboço do desenho, separando-se os campos de cor e detalhes a serem pintados. Este desenho pode ser feito com um lápis ou lapiseira, de forma suave, com o papel seco, pois pela propriedade de transparência as linhas aparecerão. Porém, o desejo de se trabalhar associando o grafite à aquarela é pessoal, e em muitos casos torna-se bastante interessante e enriquecedor, lembrando que não existem regras para o desenvolvimento de um trabalho artístico, mas a aquarela requer um bom conhecimento de sua natureza para se trabalhar seguramente. Outro aspecto importante do grafite na aquarela é que este o fixa no papel.

Com o papel molhado trabalhamos com grandes quantidades de água sobre o papel, deixando que a tinta se espalhe e flua pela superfície (refluxos). Podemos também molhar o papel antes de entrarmos com as cores. Por esta maneira, conseguimos obter belíssimos efeitos e mistura de cores, nem sempre respeitando os limites do desenho e partindo para um pensamento mais abstrato em relação ao trabalho.

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Estudo de cor, volume e textura. Marcelo Albuquerque, 2005.

Na aquarela, por ser uma técnica refinada, é sempre recomendado a utilização de materiais de ótima qualidade. Existem aquarelas para profissionais, para artistas mais exigentes, cujo valor dos materiais é alto, porém tanto a tinta da aquarela quanto os demais materiais são altamente duráveis e o investimento feito será realizado esporadicamente.  Obviamente, só o gasto com papéis será maior. A aquarela não se perde depois de seca, pois a goma-arábica seca, em contato com a água, retorna ao estado original, diferente da pintura a óleo, que endurece através da oxidação gerando novos elementos químicos.

Além das tintas profissionais, outros tipos de aquarela mais accessíveis estão disponíveis no mercado, geralmente marcas chinesas e japonesas, porém seu uso não é indicado devido à péssima qualidade de seus elementos, principalmente os pigmentos, na maioria de origem sintética, e adição de cargas. Pelo preço percebemos a diferença.

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Marcelo Albuquerque. Paisagem e Arquitetura. Aquarela, 55 x 75 cm. 2007. Aguadas sobre papel molhado.

Hierarquia das linhas de tintas:

Os fabricantes disponibilizam no mercado diversas linhas de uma mesma tinta, com variados preços e qualidades diferentes. Este fato se dá pela composição dos materiais, onde os mais caros são produzidos com pigmentos de melhor qualidade ou em maior quantidade, além de aglutinantes, cargas e adjuvantes mais puros e refinados. As aquarelas Talens possuem três linhas; Rembrandt, Van Gogh e ArtCreation. Rembrandt é a mais profissional, pois possui maior concentração de pigmentos e uma goma arábica mais refinada, fazendo seu custo aumentar consideravelmente. Em seguida, vem a linha Van Gogh como intermediária entre a Rembrandt e a ArtCreation, sendo esta última destinada para iniciantes e estudantes, de baixo custo. Não significa que não obtemos bons resultados com materiais de baixo custo, pois quando se exerce a criatividade não podemos impor limites; porém, em nível técnico, quando a arte é percebida do ponto de vista científico, exigindo análises de constituição, forma, resistência e compatibilidade, devemos escolher sempre os melhores materiais. Vale reforçar que, para estudantes de arte e profissionais em geral, a escolha desses materiais é decisiva na qualidade e resultado final de qualquer trabalho. Os fabricantes disponibilizam no mercado diversas linhas de tintas, com variados preços e qualidades diferentes.

Os bons fabricantes disponibilizam suas linhas de tintas com diferentes nomes, alguns em homenagem a artistas relevantes à história da arte e da própria técnica, como faz a indústria inglesa Winsor & Newton, ao nomear sua linha para estudantes como Cotman, em referência a John Sell Cotman (1782-1842), aquarelista e pintor inglês.

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John Sell Cotman: Greta Bridge. Aquarela, 1805. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/John_Sell_Cotman. Acesso em: 20 jan. 2017.

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Aquarela Cotman, da Winsor & Newton. Fonte: WINSOR & NEWTON.COM.

Aquarelas Talens ArtCreation, Rembrandt e Van Gogh: diferentes qualidades e composição para diferentes públicos. Fonte: https://www.royaltalens.com. Acesso em: 20 jan. 2017.

A seguir, algumas marcas profissionais de aquarela, encontradas no mercado brasileiro ou analisadas no Guia Wilcox de aquarelas (WILCOX, 1991):

Tintas profissionais: Binney & Smith (EUA), Blockx (Belgica), Da Vinci (EUA), Daler Rowney (Reino Unido), Grumbacher (EUA), Holbein (Japão), Lefranc & Bourgeois (França), Lukas 1862 (Alemanha), Hunts (USA), Maimeri – Blu (Itália), Martin/F. Webber Co. (EUA), Old Holland (Holanda), Paillard (França), Pebeo – Fragonard (França), Royal Talens – Rembrandt (Holanda), Sennelier (França), Schminke Horadam (Alemanha), Winsor & Newton/Winton (Reino Unido).

Tintas para estudantes de artes: Lukas Aquarell Studio (Alemanha), Royal Talens – Van Gogh (Holanda), Schminke Akademie (Alemanha), Winsor & Newton/Cotman (Inglaterra).

Tintas amadoras e escolares: não indico para serem usadas profissionalmente, pois não apresentam as especificações de tipos de pigmentos e análises de laboratório. Ex.: Faber Castell (Brasil), Guitar (Japão). Pentel (Japão), Reeves (Inglaterra), Sakura (Japão).

Vale reforçar que, para estudantes de arte e profissionais em geral, a escolha desses materiais é decisiva na qualidade e resultado final de qualquer trabalho. Não basta apenas comprar uma tinta de uma boa marca; observe a sua categoria. Os fabricantes possuem diversas linhas de produtos, sendo as mais caras as mais refinadas e as mais baratas se destinam a amadores e linhas escolares, de qualidade bem inferior. Por exemplo: a marca Talens possui as aquarelas Rembrandt e Van Gogh, onde a diferença entre elas está na qualidade dos componentes, sendo a Rembrandt mais refinada e cara. A marca inglesa Winsor & Newton possui também uma linha profissional e outra para estudantes, chamada Cotman.

Considerações sobre as tintas, de acordo com o seu pigmento:

“É apropriado que o pigmento para a pintura tenha alguns requisitos: ser uma substância finamente dividida; ser insolúvel no aglutinante com o qual se usa; ser resistente à luz; não exercer uma ação química nociva sobre o ligante, nem sobre outros pigmentos com os quais será misturado; ter um grau adequado de opacidade ou transparência; proceder de indústria confiável, que comprove suas cores, utilize matérias-primas adequadas e possa informar sobre a sua origem, qualidade, características e resistência” (COLNAGO; BRANDÃO, p.27).

Atenção: Qualidade dos materiais: profissionalmente, escolha sempre papéis de melhor qualidade (Canson, Fabriano, etc.), livre de ácidos e gramatura acima de 200g/m2; e boas marcas de tintas (Talens, Winsor & Newton, etc.) que ofereçam pigmentação correta das cores. Isso lhe assegura a aquisição de tintas de excelente qualidade, fórmulas originais e verdadeiras. Não se pode confiar em outros fabricantes simplesmente pelo rótulo ou procedência da tinta. Mesmo uma tinta importada e cara pode apresentar pigmentos inapropriados para o estudo da cor nesta disciplina. Além disso, os bons fabricantes disponibilizam nos rótulos e na internet diversas especificações a respeito da fabricação de seus materiais e catálogos científicos para download. Bons fabricantes, como a holandesa Royal Talens, a inglesa Winsor & Newton e a francesa Sennelier, por exemplo, indicam nos rótulos dos produtos o pigmento encontrado nas tintas.

Símbolos Royal Talens

Os símbolos das embalagens devem ser lidos da seguinte forma:
 º      = 0 – 10 anos de incidência de luz sob condições de museu
+      = 10 – 25 anos de incidência de luz sob condições de museu
++   = 25 – 100 anos de incidência de luz sob condições de museu
+++ = pelo menos 100 anos de incidência de luz sob condições de museu.

Símbolos Sennelier

Os símbolos das embalagens devem ser lidos da seguinte forma:
 º       = pouca resistência
«       = baixa resistência
««    = boa resistência
««« = excelente resistência

Leitura das embalagens: 

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Informações sobre o pigmento amarelo limão da Talens. Fonte: http://www.talens.com.

Descrição dos pigmentos – Exemplos: 

PW = Pigment White PW4 – (pigment name) = zinc oxide – 77947 (pigment number); PW – White pigments; PW6 – Titanium white;      PY – Yellow pigments; PY35 – Cadmium yellow; PO – Orange pigments; PO34 – Azo orange; PR – Red pigments; PR112 – Naphthol red; PV – Violet pigments; PV19 – Quinacridone rose; PB – Blue pigments;         PB29 – Ultramarine; PG – Green pigments; PG7 – Phthalo green; PBr – Brown pigments; PBr7 – Natural umber; PBk – Black pigments; PBk11 – Oxide black.

Resistência à luminosidade: 

O grau de resistência à luminosidade de  uma cor indica a medida que uma cor, como substância, é danificada pela luz ultravioleta. Luz ultravioleta é um componente tanto da luz natural quanto da luz artificial. Tem a capacidade de desagregar substâncias colorantes; a cor “desaparece” com o tempo. A velocidade desse fenômeno depende da natureza da substância colorante, em combinação com a quantidade de luz ultravioleta. Algumas cores começam a desvanecerem-se após alguns dias, outros depois de muitos anos ou mesmo durar milênios. Bons fabricantes indicam nos rótulos dos produtos uma escala em símbolos para os seus produtos:

Opacidade e transparência: 

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Outra propriedade dos pigmentos é opacidade ou transparência. Pinte com um pigmento opaco e irá esconder o suporte trabalhado (poder de cobertura), quando aplicada em uma determinada espessura. Pinte com um pigmento mais transparente e o brilho do suporte integrará a cor obtida (a exemplo da aquarela). Nem todos os pigmentos opacos são tão opacos, e nem tão transparentes. Muitas variações são possíveis, desde muito transparente e muito opaca.  Algumas tintas são sempre opacas, como o guache, pois possuem em sua composição cargas – além dos pigmentos – que anulam a transparência, intensificando o poder de cobertura.

Granulometria do pigmento: 

é a análise da forma, dimensão e textura do pigmento. Suas dimensões são medidas em mícrons e as formas se definem em esferóides, laminadas, aciculares, prismáticas, conferindo opacidade ou transparência.

HUE – Definição nas embalagens: 

quando encontramos a descrição HUE nas embalagens, trata-se de cores fabricas com pigmentos que imitam a cor original de um outro pigmento. Podem ser por diversas razões, entre elas a redução de custos. Um pigmento pode ser caro e raro,e, sendo assim, sua cor pode ser imitada através de outros pigmentos de menor custo. A durabilidade da cor pode não ser afetada necessariamente. Por ser uma imitação, o fabricante deve avisar ao consumidor na própria embalagens, havendo para isso legislações específicas.

Formatos:

Bisnagas, pastilhas secas, pastilhas semi-úmidas, líquidas, lápis e bastões. Podem ser compradas em estojos ou avulsas (de preferência avulsas, assim se obtém as cores realmente desejadas). Encontramos no mercado a tinta Ecoline que se comporta como uma aquarela líquida, de cores fortes, intensas e transparentes, porém não é uma aquarela verdadeira (ver Ecoline).

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Ecoline Talens: ideal para iniciantes no estudo das cores.

Paleta ideal para estudo de cores (cores primárias ou próximas):

Azuis: Prussian blue, Cerulian blue, Cobalt blue. Magenta e Vermelhos: Magenta, Cadmiun red ou Alizarin Red. Amarelos: Cadmiun yellow, Lemmon yellow. Preto: Ivory Black.

Desta forma, o estudante é induzido a racionar a relação da mistura das cores, desenvolvendo sua percepção da escala cromática. Outras cores podem ser adquiridas aos poucos, dependendo da necessidade do artista. Isto evita que o estudante compre tintas que dificilmente irá usar, gerando desperdício de material e dinheiro.

Técnicas mistas:

É um desafio propor aqui um estudo com técnicas mistas, pois a cada momento um novo artista descobre e redescobre novas maneiras de se desenhar e pintar. Na arte se pode fazer de tudo com tudo, não se importando nem mesmo com a durabilidade física da obra. O que se segue adiante são formas tradicionais de mistura de técnicas, porém abrem a possibilidade de cada indivíduo agregar novas experiências, já que as próprias vivências pessoais interferem no processo criativo.

Crie vários quadrados onde serão experimentados os seguintes materiais:

  • Aquarela com nanquim e bico-de-pena: faça uma aguada e enquanto esta seca faça traços com nanquim e bico-de-pena. Observe a quantidade de água necessária para se criar os efeitos causados, controlando assim a relação de tempo e pintura.
  • Aquarela com grafite: faça um desenho a grafite, e a seguir faça interferências com aquarela, valorizando as duas técnicas.
  • Aquarela com nanquim e pincel: use livremente o nanquim sobre as aguadas de aquarela com um pincel macio e redondo. O nanquim pode ser usado como tinta preta na aquarela, substituindo o pigmento preto original da aquarela.
  • Cera, parafina, pastel oleoso ou lápis oleoso (dermatográfico): antes de fazer a aguada, crie desenhos com cera ou parafina (vela) ou com um lápis dermatográfico branco. Em seguida faça as aguadas e perceba que onde foi desenhado aparecerá o branco devido à não fixação da tinta na cera e em materiais oleosos. É importante perceber que a própria gordura das mãos pode interferir diretamente no trabalho, intencionalmente ou não.
  • Máscaras: As máscaras são películas plásticas que são aplicadas com pincel, protegendo e preservando áreas do suporte que não serão pintadas. Coloca-se a máscara nos locais pré-estabelecidos, aguardando a secag­em antes de entrar com as tintas. Pinta-se então por cima de tudo, e logo após a secagem da aquarela, retira-se a película com os dedos ou com um objeto adequado, tomando-se cuidado em não ferir o papel.
  • Pressão com cabo de pincel ou ponta de lapiseira: com o cabo do pincel ou outro material mais duro, como uma ponta de lapiseira sem grafite, realize desenhos sobre o papel já com a aguada – e faça sulcos no papel, observando a acomodação dos pigmentos no baixo-relevo que se forma. Controlando o tempo e esperando a aguada secar um pouco mais, conseguiremos desta vez remover o pigmento de aquarela, revelando assim o suporte branco por baixo. Neste caso, é uma tarefa de extrema delicadeza onde o artista descobrirá empiricamente seu tempo certo. A qualidade do papel também é muito importante.
  • Esgrafito ou Raspagem: utilizando uma ponta seca ou estilete, podemos obter efeitos luminosos fazendo a raspagem da camada pictórica de forma a revelar o suporte.
  • Aquarela com sal: é uma técnica popular que gera efeitos muito interessantes. Primeiro se faz a aguada, e em seguida se coloca sal por cima da aguada, de forma aleatória e menos homogenia possível. Espere secar completamente e remova o sal da superfície. O efeito mineral que se vê é parecido com as formas de um mármore ou granito.
  • Lápis de cor aquarelável: bastante conhecidos, são muito úteis quando se deseja que linhas mais fortes e definidas marquem a superfícies. Eles podem ser usados junto à aquarela, com qualquer proporção de água.
  • Borrões de água: faça através de pingos de agua sobre uma aguada com cor. Deixe gotas caírem sem intervir com o pincel, deixando secar naturalmente.
  • Borrões com álcool: faça através de pingos de álcool sobre uma aguada com cor. Deixe gotas caírem sem intervir com o pincel, deixando secar naturalmente.
  • Sopro: com um canudinho, sopre uma gota de tinta de forma a criar formas orgânicas similares a galhos de árvores.
  • Esponja: Além de texturas, a capacidade de absorção de uma esponja macia promove efeitos curiosos.
  • Pastel seco, carvão e lápis secos (contés): por serem materiais que não se fixam totalmente ao suporte, exigem cuidado ao serem manipulados para que não ocorram contaminações e borrões em áreas não desejadas. Ao menor toque, o pigmento se transfere para as mãos e corpo, gerando em muitas pessoas desconforto durante o processo. Mas é por essa razão que eles se dão bem com a aquarela: eles podem ser facilmente aguados e trabalhados, podendo utilizar não só fixadores comuns, mas também a própria goma arábica vendida separadamente no mercado.
  • Objetos e colagens: Constitui-se em agregar ao desenho e à aquarela colagens em geral e objetos. Vale também para suportes com informações pré-existentes.
  •  

[1] A carga utilizada é o carbonato de cálcio, que tem como função ampliar a resistência física, aumento do volume e estabilização do PH, entre outros fatores. Fonte: Colnago, 2003.

MATERIAIS

Obs: os materiais são muito duráveis, por isso o investimento inicial pode ser mais alto, porém dilui-se com o tempo. Apenas os papéis precisam ser comprados com maior frequência.

Papéis:

  • Papel Canson Aquarela ou Montval, A3, grão-fino, 300 g/m2. Folhas avulsas ou bloco. Preço sugerido do bloco Canson aquarela A3 com 30 folhas: R$ 90,00. Montval folha avulsa: R$ 10,00.
  • Papel Canson 220 g/m2 ou acima, cor branca, A3 ou A2. 15 folhas por aluno aproximadamente, mais papeis de reserva;
  • Folhas de papel sulfite A4 ou A3 branco (Gramatura 90g/m², preferencialmente).
  • Papel Canson Heritage ou Arches, 100% algodão. Opcional.

Tintas:

  • Aquarela profissional: cores primárias e outras (Cotman, Talens, Maimeri, etc.). Preço sugerido por tubo: R$ 20,00 – 25,00;
  • Guache profissional – cores primárias CMY mais preto e branco (Talens). Preço sugerido por pote: R$ 16,00.
  • Aquarela Pentel (estojo com 12 cores): caso o aluno não encontre as aquarelas profissionais, porém não é recomendada para uso profissional. Preço sugerido: R$ 15,00

Pincéis

  • Pincéis variados, redondos sintéticos (Linha 482 – Tigre; ou similar), tamanhos 02, 08, 18, 24.
  • Preço sugerido do kit de pinceis sintéticos da China: R$ 40,00.

Diversos:

  • Caneta nanquim 0.5 ou 0.7. Preço sugerido: R$ 13,50.
  • Lápis grafite ou lapiseira;
  • Fórmica (suporte rígido). Preço sugerido: A3 – R$ 7,50; A2 – R$ 28,00.
  • Estilete;
  • Fita crepe;
  • Régua, esquadro e compasso;
  • Godê ou pratos de porcelana para mistura de tintas, individual, na cor branca;
  • Copos para água;
  • Pano absorvente ou papel toalha;
  • Pasta para guardar os trabalhos (sem enrolar ou dobrar)

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