Por que conhecer a arte romana?

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Por Marcelo Albuquerque

Ao estudarmos a antiguidade com mais profundidade, somos tomados por um sentimento descrito por diversos filósofos e poetas como algo perto do espanto, do sublime, da consciência de nossa mortalidade, de nossa impotência diante das forças naturais, do tempo e das forças devastadoras das guerras. Ao mesmo tempo nos sentimos admirados com toda a potência humana em criar, em insistir na civilização, em produzir e transmitir conhecimento. Da mesma forma, como nos ensina Roger Scruton, podemos adquirir uma consciência de que coisas admiráveis são facilmente destruídas, mas não são facilmente construídas. O bom trabalho da criação e da erudição é árduo, lento e maçante. A frivolidade e a destruição são rápidas e eficazes.

Entender em profundidade o passado não significa reproduzi-lo nos dias de hoje, o que o tornaria anacrônico e kitsch. O fundamental é compreender a importância da tradição e ser criativo com ela nos campos das artes, na arquitetura e no patrimônio em geral. Edmund Burke justifica a importância dessa posição, no seu célebre comentário, onde via a sociedade como uma associação entre os mortos, os vivos e os que estavam para nascer. Isso nos remete a o que é uma cidade propriamente, especialmente as mais antigas, nas relações entre seus sítios arqueológicos, edifícios históricos e conturbadas ocupações contemporâneas. O vínculo entre os que já foram, os que aqui estão e os que ainda virão não era um contrato ao estilo de Rousseau, mas algo parecido com o amor, comenta Scruton. A sociedade é uma herança compartilhada onde podemos compreender nosso lugar numa corrente contínua de doações e recebimentos herdados. Essas relações partem de baixo para cima, a partir de instituições como a família, as instituições religiosas, os clubes sociais, as escolas, as equipes esportivas, as empresas de trabalho, etc. Reconhecer tais coisas que herdados implica em não as destruir em decorrência de pseudofilosofias niilistas ou por decorrência de simples preguiça intelectual.

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Mirante do Altar da Paz, vista para o Fórum, Palatino e Coliseu. Visita à Itália e França em 2019.

Nosso tecido urbano está impregnado de tradições, basta observar nossos edifícios e equipamentos urbanos. Nossas universidades, hospitais, asilos, orfanatos, escolas, bibliotecas, são frutos das tradições clássicas e medievais. Basta dizer “Idade das Trevas” que todos se lembram da Idade Média, porém mais luzes foram acesas do que trevas foram lançadas nesse período tão heterogêneo. Mas não cabe aqui discursar sobre o assunto. Desconhecer as tradições priva as gerações futuras de inúmeros benefícios nos campos culturais e tecnológicos, entre tantos outros, além de não beneficiar os profissionais das artes, arquitetura e patrimônio cultural.

Ao se falar de patrimônio e tradições, falamos também de questões perenes, daquelas que mereceram ser preservadas ao longo de séculos, não porque foram impostas, mas porque foram bem sucedidas pela experiência direta em sua grande maioria. A cultura romana é aquela que possui o maior grau de unidade cultural no Ocidente, ou seja, é aquela que mantem mais elementos culturais perenes e estáveis em praticamente todos os países ocidentais. Esses elementos foram amalgamados no fim da antiguidade clássica na junção daquilo que, por convenção, se denomina os pilares da civilização ocidental medieval e moderna: a filosofia grega, o direito romano e a moral judaico-cristã.

Governos centralizadores, de cima para baixo, como aqueles vistos nas grandes ditaduras dos séculos XX e que ainda se estendem pelo século XXI, impuseram normas e condutas à população, impondo, por exemplo, o ateísmo à força a vastíssimos povos que, por centenas de anos, praticavam suas respectivas religiões e tradições. Em um determinado momento isso deve se romper, pois uma nova revolução tende a se formar para buscar uma equalização de forças e desejos, sem antes gerar imensos conflitos e perdas incalculáveis de vidas e de riquezas culturais. A própria concepção moderna de patrimônio histórico que surgiu com a Revolução Francesa e no Período do Terror põe em evidência o assunto e nos alerta para a fragilidade que enfrentamos no nosso cotidiano.

A arte clássica romana nos ensina tanto valores arquitetônicos sofisticados eruditos quanto propagandísticos imperiais vulgares que participam do imaginário ocidental, de uma forma atual e contemporânea. As teorias das ordens clássicas (Vitrúvio, Alberti, Serlio, Vignola), advindas da arquitetura, possuem uma validade universal atemporal de beleza arquitetônica, e não são modismos ou acidentes localizados em um período no tempo. Os romanos definiam pietas como a virtude de cumprir o dever com o nosso país e com os nossos pais, onde devemos sempre tentar elevar a honra por meio de ações nobres e dignas, cumprir contratos e honrar promessas, além de demonstrar um sentimento de gratidão natural por aquilo que nos foi dado e transmitido, e que a nós nos foi confiado para que transmitamos às futuras gerações. Um edifício, nesse caso, pode se tornar símbolo visível de uma continuidade histórica, um marco, como o Panteão em Roma, ou a catedral de Chartres, na França, ou o Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte.

A teoria clássica se vincula à harmonia, aos objetivos vitruvianos em utilitas, firmitas e venustas (utilidade, solidez e beleza). Os renascentistas dão continuidade para demais combinações harmoniosas e proporcionadas das partes, e mesmo as correntes anticlássicas maneiristas e barrocas carregam em si os elementos da linguagem clássica, renovando-as. Alberti e os tratadistas reafirmam que as ordens clássicas organizam as partes em relação ao todo, justificando a harmonia e a beleza nos respectivos padrões de proporção e ornamentação.

A Beleza clássica sobrevive mesmo após os questionamentos do Iluminismo, do Romantismo e dos relativismos da modernidade. Ela nos remete à tríade platônica do Bom, Belo e Verdadeiro; a Beleza como uma disciplina filosófica ancorada na razão, nos sentidos e na metafísica. É necessário diferenciar a Beleza da beleza, uma de natureza filosófica clássica e outra como adjetivo, cosmética, sedutora, que se oporia à primeira em certo sentido. Nesse sentido pretendo levar a arte romana para o caminho da Beleza no termo clássico, de forma a observar sua magnitude, sua imponência e sensação de espanto diante de tamanha grandiosidade, na busca do sentido da sublimidade que os pintores e poetas românticos sentiam ou pretendiam ao retratarem as ruínas romanas dos séculos XVIII e XIX, assim como os caprichos e paisagens imaginárias dos séculos anteriores.

A beleza romana aspira à imortalidade. Reconhecemos essa mentalidade na Idade Média e principalmente no Renascimento, com Brunelleschi, Alberti e Michelangelo. De Winckelmann, em referência aos clássicos gregos, nos recordamos da “calma grandeza e nobre simplicidade”. A arte romana reverencia os gregos, porém aponta para uma exuberante monumentalidade jamais concebida, exalta a arte triunfante de um império conquistador jamais visto na história. Scruton nos coloca uma posição interessante: edifícios belos trocam de uso com o tempo e são preservados. Edifícios apenas funcionais são demolidos quando não exercem mais suas funções. A função, assim, pode ser absorvida pela beleza.

Portanto, estudar as artes é compreender o exercício no tempo, o objetivo de uma vida intelectual que investe nos estudos e viagens regionais, nacionais e internacionais, dentro de cada realidade e condição financeira, mas gentilmente facilitada pelas tecnologias digitais de informação que temos nos dias de hoje. Vamos perceber a perenidade da arte clássica na Idade Média, no Renascimento, no Barroco e nas artes brasileiras. Vamos reconhecer as influências na arte e na arquitetura contemporânea e compreender que sem esses fundamentos nossa formação é incompleta: é um edifício sem nenhum alicerce.

Fórum de Trajano

Por Marcelo Albuquerque

O Fórum de Trajano é o último dos fóruns imperiais. Foi erguido com os despojos de guerra da conquista da Dácia (106 d.C.). Nele, encontram-se as ruínas da imensa basílica Ulpia e os mercados de Trajano, na encosta escavada na colina do Quirinal. Dentro dele, é possível caminhar por ruas romanas com calçamentos originais e estudar de perto as tecnologias de construção em concreto pozolana, arcadas, abóbadas e alvenaria. O projeto do fórum é atribuído ao arquiteto Apolodoro de Damasco, que acompanhou o imperador Trajano nas campanhas na Dácia. Além da basílica, destaca-se a icônica Coluna de Trajano e as ruínas das duas bibliotecas que ladeavam a coluna, consideradas uma das mais importantes da Antiguidade. Atualmente pode-se ver algumas de suas colunas de mármore originais dentro da Basílica de São Pedro no Vaticano.

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Fórum de Trajano. Vista para os Mercados de Trajano ao entardecer. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Fórum de Trajano. Colunas da Basílica Ulpia. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Basílica Úlpia. Desenho de Julien guadet, 1867. Fonte: Wikipedia. Disponível em: https://it.wikipedia.org/wiki/File:Basilica_Ulpia_J_Guadet_1867.jpg. Acesso em: 23 jan. 2018.

As duas bibliotecas estavam dispostas simetricamente envolvendo a Coluna de Trajano, revestidas com materiais nobres como granitos cinzentos e mármores amarelos. A majestosa coluna é o único elemento quase intacto de todo o complexo, sendo ela um monumento funerário que celebra as conquistas militares de Trajano sobre a Dácia. Nos frisos da coluna, vê-se uma surpreendente narrativa como um grande rolo de papiro egípcio (que nos remete à concepção dos Livros dos Mortos), apresentando o imperados e seu exército subjugando seus adversários e aspectos técnicos e geográficos.

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Fórum de Trajano. Coluna de Trajano. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Fórum de Trajano. Detalhe de friso da Coluna de Trajano. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Atualmente, o Mercado de Trajano funciona com museu e galeria de arte e exposições, com um arrojado projeto arquitetônico que celebra a interface entre a estrutura metálica, o vidro e as estruturas originais.

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Fórum de Trajano. Integração das estruturas de concreto antigas com vidro e estruturas metálicas. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Fórum de Trajano. Ruas com calçamentos da época imperial. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Fórum de Trajano. Vista interna da exedra. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Fórum de Trajano. Vista interna. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Estádio de Domiciano e a Piazza Navonna

Por Marcelo Albuquerque

Do período de governo de Domiciano, destaco o desenho da atual Piazza Navona, local do antigo Estádio de Domiciano. A piazza tem forma de ferradura alongada, pois os atuais edifícios se erguem sobre as antigas arquibancadas do estádio, sendo possível visitar o subsolo da praça através de um museu subterrâneo dedicado às relíquias da Roma Antiga, entre os antigos alicerces. Sendo assim, seu formato nos apresenta a história do desenho urbano e dos edifícios, suas formas e as transformações que as cidades podem sofrer ao longo dos anos. Na entrada do museu, é possível ver uma arcada original do estádio. A praça em si era a arena por onde aconteciam os espetáculos artísticos e atléticos. Na Piazza Navona localiza-se o edifício da embaixada do Brasil na Itália. Predominantemente barroca, é ornamentada com a Fontana dei Quattro Fiumi (Fonte dos Quatro Rios), esculpida por Gian Lorenzo Bernini, entre 1648 e 1651. Acima da fonte está o Obelisco Agonalis. Ela representa os quatro principais continentes do mundo cortados por seus principais rios: Rio Nilo, Rio Ganges, Rio da Prata, Rio Danúbio. De frente à fonte, está a bela Igreja de Santa Inês, do também arquiteto e rival de Bernini, Francesco Borromini. Bernini e Borromini são dois grandes nomes e merecem atenção especial para uma boa compreensão do barroco italiano.

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Piazza Navona: obelisco e fontes. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Domus italica em Pompeia

Por Marcelo Albuquerque

Como vimos anteriormente (ver Domus italica), as casas romanas eram mais que um mero abrigo para o corpo físico; era o ponto de encontro da família e o centro das cerimonias religiosas mais intimas. De origem etrusca, as casas ou domus eram o tipo de habitação mais comum entre a nobreza e os endinheirados romanos, construídas com nobres e resistentes materiais. As domus mais bem preservadas estão nos sítios arqueológicos de Pompeia e Herculano, e parte considerável dessas residências continua sendo escavada em Pompeia. A seguir veremos algumas domus que são abertas à visitação do público, porém eventualmente algumas permanecem fechadas para trabalhos de restauração.

A domus italica, em geral, possui uma configuração básica que se repete independentemente da extensão da casa, composta pelo fauces, átrio, cubículos, alas, tablinum, triclínio, cozinha e latrina. Quanto mais posses e riquezas tiver o senhor da casa, maior a casa, e esta poderia agregar e repetir essas estruturas, bem como agregar jardins internos, externos e peristilos, além de andares superiores e mezaninos.

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Domus italica: Variações. Adaptado por Marcelo Albuquerque.

De maior grandiosidade, a Casa do Fauno é nomeada assim por causa da estátua em bronze de um fauno dançando encontrada no local, cuja réplica se localiza atualmente no centro do impluvium. É um belo exemplo do resultado da fusão dos modelos arquitetônicos da casa Itálica centrada em torno do átrio e o helenístico peristilo de habitação. Ocupa uma insula inteira, ou seja, como um bloco inteiro de quarteirão moderno. As insulas podem significar tanto este tipo quarteirão, como uma espécie de edifício de apartamentos da Roma Antiga. O mosaico no piso da exedra apresenta uma cópia de A Batalha de Issus, entre Alexandre e Dario, enquanto o mosaico original encontra-se no Museu de Nápoles (ver Mosaicos e trabalhos finos em pedra). Acredita-se que o mosaico de Pompeia seja uma cópia de um original grego helenístico perdido. O mosaico é uma reprodução de uma pintura feita na vida de Alexandre, ou logo após sua morte, possivelmente por Philoxenus ou Eretria. A Casa do Fauno possui um grande peristilo de ordem dórica, na qual é possível contemplar as belas colunas de alvenaria revestidas de estuque no estilo helenístico.

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Planta da Casa do Fauno. Fonte: adaptado de AD79 por Marcelo Albuquerque. Disponível em: https://sites.google.com/site/ad79eruption/pompeii/regio-vi/reg-vi-ins-12/house-of-the-faun. Acesso em: 17 set. 2016.

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Casa do Fauno: pórtico de entrada ornado com pilares de capitéis coríntios e imponente entablamento e cornija. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Casa do Fauno: fauces (vestíbulo) com elementos ornamentais, lararium com cornija e pinturas no primeiro estilo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Casa do Fauno: átrio e impluvium com a réplica da escultura original do fauno. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Casa do Fauno: réplica da escultura original do fauno. O original encontra-se no Museu de Nápoles. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Casa do Fauno: primeiro peristilo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Casa do Fauno: segundo peristilo. Novamente, nesta imagem vê-se claramente as tecnologias de construção romanas em alvenaria e estuques ornamentais, emulando caneluras de colunas de mármore grego. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Casa do Fauno: elementos construtivos do segundo peristilo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Panteão de Roma

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Por Marcelo Albuquerque

Adriano, cujo governo se estendeu de 117 a 138, pode ser considerado um dos maiores construtores dentre os imperadores. Supõe-se que o próprio tenha projetado o Panteão, construído entre 118 a 128, ou por Apolodoro de Damasco. Construído por Adriano, no lugar de outro templo construído pelo cônsul Marco Agripa, o Panteão é o edifício romano mais bem preservado tanto na estrutura quanto nos revestimentos e ornamentos. Isso se explica em parte por ter sido usado como basílica católica pelo Papa Bonifácio em 609, sob o nome de Santa Maria e Mártires, ajudando consideravelmente na manutenção do edifício, evitando sua descaracterização. Entretanto, muitos elementos originais se perderam, como as antigas esculturas e elementos de bronze do pórtico. No entablamento, abaixo do frontão, lê-se a inscrição M·AGRIPPA·L·F·COS·TERTIVM·FECIT, que significa Marco Agripa, filho de Lúcio, construiu durante o seu terceiro consulado. Seus interiores apresentam o uso do concreto decorado, com revestimentos e ornamentação em mármores coloridos nobres, substituindo o uso de afrescos e mosaicos de estilos de pintura anteriores. O Panteão acolhe, no seu interior, a forma de uma esfera perfeita de aproximadamente 43 metros de diâmetro, do piso ao óculo.

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Panteão de Roma e a Piazza della Rotonda, com o obelisco egípcio Maculeo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Inscrição M·AGRIPPA·L·F·COS·TERTIVM·FECIT, no pórtico do Panteão. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

O nome Panteão é derivado do grego antigo Pantheion, comum a todos os deuses. Entretanto, não se sabe ao certo quais eram as divindades ou personalidades cultuadas no Panteão nos tempos antigos, sendo provável o culto aos deuses planetas, como Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Como veremos mais adiante, é um dos edifícios mais influentes da história, sendo imitado, reproduzido e homenageado em diversas épocas, do Renascimento aos tempos modernos, como na arquitetura maneirista de Palladio e na igreja de Sainte-Geneviève, em Paris, desconsagrada e transformada em monumento secular, durante a Revolução Francesa, sendo rebatizada de Panteão de Paris. O termo panteão tem sido aplicado a outros prédios onde os mortos ilustres são honrados ou enterrados, como ocorre em Ouro Preto, no Museu da Inconfidência, local dos restos mortais de alguns inconfidentes mineiros.

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Interior do Panteão de Roma. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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