Como vimos anteriormente (ver Domus italica), as casas romanas eram mais que um mero abrigo para o corpo físico; era o ponto de encontro da família e o centro das cerimonias religiosas mais intimas. De origem etrusca, as casas ou domus eram o tipo de habitação mais comum entre a nobreza e os endinheirados romanos, construídas com nobres e resistentes materiais. As domus mais bem preservadas estão nos sítios arqueológicos de Pompeia e Herculano, e parte considerável dessas residências continua sendo escavada em Pompeia. A seguir veremos algumas domus que são abertas à visitação do público, porém eventualmente algumas permanecem fechadas para trabalhos de restauração.
A domus italica, em geral, possui uma configuração básica que se repete independentemente da extensão da casa, composta pelo fauces, átrio, cubículos, alas, tablinum, triclínio, cozinha e latrina. Quanto mais posses e riquezas tiver o senhor da casa, maior a casa, e esta poderia agregar e repetir essas estruturas, bem como agregar jardins internos, externos e peristilos, além de andares superiores e mezaninos.
Domus italica: Variações. Adaptado por Marcelo Albuquerque.
De maior grandiosidade, a Casa do Fauno é nomeada assim por causa da estátua em bronze de um fauno dançando encontrada no local, cuja réplica se localiza atualmente no centro do impluvium. É um belo exemplo do resultado da fusão dos modelos arquitetônicos da casa Itálica centrada em torno do átrio e o helenístico peristilo de habitação. Ocupa uma insula inteira, ou seja, como um bloco inteiro de quarteirão moderno. As insulas podem significar tanto este tipo quarteirão, como uma espécie de edifício de apartamentos da Roma Antiga. O mosaico no piso da exedra apresenta uma cópia de A Batalha de Issus, entre Alexandre e Dario, enquanto o mosaico original encontra-se no Museu de Nápoles (ver Mosaicos e trabalhos finos em pedra). Acredita-se que o mosaico de Pompeia seja uma cópia de um original grego helenístico perdido. O mosaico é uma reprodução de uma pintura feita na vida de Alexandre, ou logo após sua morte, possivelmente por Philoxenus ou Eretria. A Casa do Fauno possui um grande peristilo de ordem dórica, na qual é possível contemplar as belas colunas de alvenaria revestidas de estuque no estilo helenístico.
Casa do Fauno: pórtico de entrada ornado com pilares de capitéis coríntios e imponente entablamento e cornija. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Casa do Fauno: fauces (vestíbulo) com elementos ornamentais, lararium com cornija e pinturas no primeiro estilo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Casa do Fauno: átrio e impluvium com a réplica da escultura original do fauno. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Casa do Fauno: réplica da escultura original do fauno. O original encontra-se no Museu de Nápoles. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Casa do Fauno: primeiro peristilo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Casa do Fauno: segundo peristilo. Novamente, nesta imagem vê-se claramente as tecnologias de construção romanas em alvenaria e estuques ornamentais, emulando caneluras de colunas de mármore grego. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Casa do Fauno: elementos construtivos do segundo peristilo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
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A Porta Marina, entrada principal do parque, até a fatal erupção do Vesúvio em 79 d.C., situava-se rente ao porto da cidade, na costa do mar, e atualmente está a quilômetros de distância. É por ela que se acessa o parque pela estação de trem principal e bilheteria. De acordo com o website oficial do Parque Arqueológico de Pompeia, a Porta Marina é semelhante a um bastião, e junto com Porta Herculano é uma das mais imponentes dos sete portões de Pompéia. Possui dois arcos de abóbadas de berço combinados em uma única estrutura em opus caementicium, sendo que uma passagem se destinava a pedestres e a outra, maior, para veículos, separadamente.
Entrada da Porta Marina do sítio arqueológico de Pompeia, a partir da estação de trem. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Entrada da Porta Marina do sítio arqueológico de Pompeia. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Entrada da Porta Marina e calçamento original romano. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Saída da Porta Marina, com detalhes das camadas estruturais das paredes. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Saída pela Porta Herculano, em direção à Via delle Tombe e Vila dos Mistérios. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Ao entrar pela Porta Marina, os calçamentos das ruas chamam atenção pela preservação de ricos detalhes. As ruas pavimentadas de Pompeia possuíam passadiços elevados para que os pedestres atravessassem com maior conforto, evitando as águas torrenciais e o esgoto da cidade. Em algumas pedras dos calçamentos podemos ver as impressionantes marcas dos aros metálicos das rodas dos carros romanos, que tinham um padrão de eixo de 1,40m. As fontes de água também chamam atenção e refrescam os visitantes que enchem as ruas das cidades.
Rua e passadiço de Pompéia, com as marcas das rodas de carros. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Passadiço de rua de Pompéia. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Marcas das rodas de carros em Pompeia. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Fontes em Pompeia. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
O Fórum de Pompeia remonta ao período de ocupação samnita, quando se intensificou a monumentalidade arquitetônica de seus edifícios. Possui uma grande forma retangular, tendo ao norte o Templo de Júpiter (tríade capitolina) e, ao sul, no acesso para a Porta Marina, a basílica. Na praça central encontrava-se o grande pórtico com colunatas ladeando o fórum. Era cortado pelo cardus maximus e decumanus maximus, sendo o primeiro chamado Via del Foro e o último Via dell’Abbondanza. Ao contrário de uma típica cidade romana planejada, o fórum principal de Pompeia não se localizava próximo ao centro geográfico da cidade, mas estava deslocado para o oeste, no sentido da Porta Marina. À medida em que a cidade foi se expandindo, esta tomou a direção da Via dell’Abbondanza, ao leste, na região do anfiteatro. Na entrada do Fórum de Pompeia destacam-se as imponentes ruínas da basílica que datam do século II a.C.
Planta do Fórum de Pompeia, adaptado de August Mau por Marcelo Albuquerque. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Pompeii. Acesso em: 12 jan 2018.
Fórum de Pompéia. Fonte: Google Earth. Acesso em: 20 set. 2016.
Basílica de Pompeia. Ao fundo a colunata coríntia do tribunal e alto podium. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Basílica de Pompeia, com as bases das colunatas, dando uma visão das dimensões das naves. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Pórtico da Basílica de Pompeia, com colunatas dóricas e jônicas. Vemos uma base para esculturas antecedendo a colunata dórica. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Fórum de Pompeia com o Monte Vesúvio ao fundo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Templo de Júpiter, com a tríade capitolina (Júpiter, Juno e Minerva), no fórum. Concreto e tufa. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Templo de Júpiter, com a tríade capitolina (Júpiter, Juno e Minerva), no fórum. Concreto e tufa. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Podium do Templo de Júpiter, em frente ao Maccelum, no fórum. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Além do fórum e seus templos, destacam-se outros edifícios como o Pistrinum (moinho), o Macellum (mercado de alimentos), as termas e pequenos restaurantes.
Maccelum, no fórum. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Depósito de artefatos situado no Fórum de Pompeia, local de trabalho e catalogação arqueológica. Encontra-se nesse local moldes de gesso de corpos humanos. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Ânforas e vasos cerâmicos diversos no depósito do Fórum de Pompeia. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Carroça de madeira no depósito do Fórum de Pompeia. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Corpo de criança no depósito do Fórum de Pompeia. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
Latrina do Fórum de Pompeia. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.
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Coliseu (comprar Romapass ao chegar em Roma). Arco de Constantino. Fórum Romano:Antiquarium Forense: museu do fórum. Junto ao Templo de Vênus e Roma. Arco de Tito. Via Sacra. Basílica de Constantino. Templo de Antonino e Faustina. Arco de Sétimo Severo. Templo de Saturno. Casa das Virgens Vestais. Templo de Vesta. Cúria. Palatino: Domus Flavia. Domus Augustana. Casa de Lívia. Stadium. Templo de Cibele. Cabanas de Rômulo. Museu do Palatino, Jardins Farnese. Fórum de Trajano: Fórum de Cesar, Augusto e Nerva. Fórum e Mercado de Trajano. Coluna de Trajano. Torre dele Milizie. Casa dos Cavaleiros de Rodes.
DIA 02: CAMPIDOGLIO – FÓRUM BOÁRIO – TRASTEVERE
Piazza Venezia. Monumento Vittorio Emanuelle II: subida ao mirante. Insula. Scalinata dell’Aracoele. Santa Maria in Aracoele: antigo templo de Juno. Museus capitolinos. Palazzo Nuovo, Palazzo dei Conservatori e Tabularium. Caminhada pelas bases do Capitolino e Palatino. Teatro de Marcelo – Templo de Apolo – Pórtico de Otavia. Nossa Senhora da Consolação – via de San Teodoro. Santa Anastasia al Palatino. Circo Massimo. Santa Maria in Cosmedin. Fórum Boário: templos de Portuno e Hercules. Boca da Verdade. Arco de Jano. São Jorge Velabro. Vista do Tibre para a Ponte Rotto e Ponte Palatino. FIM DE TARDE: Trastevere: bares e restaurantes. Santa Maria in Trastevere.
DIA 03: PIAZZA NAVONA – PANTEÃO – FONTANA DE TREVI
Il Gesu: ícone de igreja jesuíta e barroca. Largo da Torre Argentina. Sant Andrea della Vale. Piazza Navona. Fonte dos Quatro Rios – Bernini. St Agnese – Borromini. San Luigi dei Francesi – Caravaggios. Palazzo Madama – fachada – Senado italiano. Santo Ivo alla Sapienza – Torre em espiral – Borromini. Panteão. Piazza della Minerva – Elefante de Bernini – Santa Maria sopra Minerva. Caminhada pela via dei Pastini – Templo de Adriano. Coluna de Marco Aurélio. Fontana de Trevi.
DIA 04: VATICANO
Museus Vaticanos (maior parte do dia – comprar os ingressos com antecedência pela internet). Piso inferior: Museu Egípcio. Museu Pio-Clementino. Museu Pio-Cristão. Capela Sistina. Biblioteca do Vaticano. Bracio Nuovo. Museu Chiaramonti. Sala da Cruz Grega. Sala Redonda. Pinacoteca. Museu Gregoriano Profano. Piso superior: Salas de Rafael – Academia de Atenas. Museu Etrusco. Galeria das Tapeçarias. TARDE: Basílica de São Pedro. Scavi: subsolo da basílica de São Pedro (reservar antes). Subida até a cúpula de Michelangelo. Fim da tarde: passeio no entorno do Castelo de Santo Ângelo (se puder entrar melhor).
DIA 05: QUIRINAL – PIAZZA DI SPAGNA: DESTAQUE PARA A ARTE E ARQUITETURA BARROCA
Galeria Borghesi. Termas de Diocleciano. Basílica de Santa Maria degli Angeli (Michelangelo). Museu Nacional Romano. Santa Maria dela Vitoria – Êxtase – Bernini – Fontana di Mosé. Via alle Quattro Fontane – Palazzo. Viminale. San Carlo alle Quattro Fontane – Borromini. Piazza dei Spagna. Trinita dei Monti – Panorâmica de Roma. Piazza del Popolo. Santa Maria in Montesanto e dei Miracoli. Santa Maria del Popolo – Caravaggios. Porta del Popolo.
DIA 06: AVENTINO – TERMAS DE CARACALA – VIA APPIA – CATACUMBAS DE CALISTO (PASSEIO DE VAN)
Basílica de Santa Sabina. Parque de Santo Alessio: vista de Roma. Termas de Caracala. Via Appia. Igreja Quo Vadis. Catacumbas de Calixto. Parque dos Aquedutos.
Siena
DIA 07: SIENA
Catedral. Biblioteca Piccolomini. Museu do Domo. Batistério San Giovanni. Piazza del Campo. Palazzo Publico. Basílica de San Domenico. Tarde livre.
DIA 08: SIENA – MONTERIGGIONE – SAN GIMIGNANO – FLORENÇA
Florença
DIA 09: SANTA MARIA DEL FIORE – PIAZZA DELLA SIGNORIA – PONTE VECCHIO – PIAZZALE MICHELANGELO
Santa Maria del Fiore. Domo de Brunelleschi. Piazza della Signoria. Palazzo Vecchio: museu e torre. Corredor Vasari. Ponte Vecchio. Palazzo Piti – fachada (se tiver tempo, entrar nos jardins de Boboli). Piazzale Michelangelo: pôr-do-sol.
DIA 10: GALLERIA DEGLI UFFIZI – SAN LORENZO (CAPELA MEDICI)
Galleria degli Uffizi. San Lorenzo. Capela Medici. Palazzo Medici-Ricardi. Santa Maria Novela. Palazzo Rucellai – fachada. Santa Croce. Capela Pazzi – Brunelleschi. Tarde Livre. Galleria dela Academia (Davi de Michelângelo) – opcional.
DIA 11: FLORENÇA – PISA – LUCCA
Veneza
DIA 11: PIAZZA DE SAN MARCO – PONTE DO RIALTO
Vaporetto passando pelo Grande Canal completo e Praça de São Marcos. Basílica de São Marcos. Ponte dos Suspiros. Piazza San Giovanni e Paolo. Estátua equestre de Verocchio. Santa Maria dei Miracoli. Ca D’Oro. Caminhada até a Ponte do Rialto.
DIA 12: DORSODURO
Basílica Santa Maria dela Salute. Collezione Peggy Guggenheim. Academia de Belas Artes. Grande Canal. Tarde livre.
Paleopaisagens – A pré-história em Minas Gerais e no Brasil
Por Marcelo Albuquerque
O Brasil está repleto de vestígios arqueológicos, e é dever de todo cidadão contribuir para a sua preservação. Esta responsabilidade incide, principalmente, naqueles que estudam diretamente as disciplinas de arte, arquitetura e urbanismo, design e disciplinas afins. Convivemos e somos vizinhos de sítios arqueológicos, e praticamente não os conhecemos e não os valorizamos como deveriam. É preciso reconhecer, também, que existe um vasto campo profissional que pode ser seguido nas áreas relacionadas à história, sejam teóricas ou práticas, como a própria história da arte, história da arquitetura, conservação e restauração de bens móveis e imóveis, patrimônio histórico e artístico, museologia, arqueologia, paleontologia, entre outros.
Marcelo Albuquerque. Paleopaisagem. Caneta pigmentada, 21 x 29 cm, 2013.
Acreditava-se que a ocupação das Américas ocorreu em aproximadamente 15.000 a.C., quando o homem atravessou o Estreito de Bhering na era do gelo. Entretanto, os indícios do homem no continente americano já remontam a 50.000 a.C., de acordo com as pesquisas realizadas na Serra da Capivara, no estado do Piauí. Pensava-se que os primeiros habitantes americanos eram os ancestrais dos atuais nativos indígenas, de feições mongólicas, mas as ossadas mais antigas apontam feições negroides, que poderiam ter chegado nas Américas através de ondas migratórias mais antigas ou mesmo pelo mar, sendo povos semelhantes aos aborígenes australianos. Posteriormente, as regiões foram sendo ocupadas por imigrantes de origem mongólica, que acabaram por dominar todo o continente e se subdividirem em grandes civilizações, tribos e etnias, até a chegada dos primeiros portugueses e espanhóis no século XV e XVI da nossa era. A Serra da Capivara, no Piauí, possui a datação mais antiga das Américas, cerca de 50.000 a.C. a 6.000 a.C., com pinturas, ferramentas de pedra lascada, ossadas humanas e de animais e restos de fogões primitivos.
Visitante na Gruta da Macumba, em Lagoa Santa. Minas Gerais. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Na região Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, Minas Gerais, há onze mil anos, vivia o Povo de Luzia. Luzia foi o nome dado à ossada feminina encontrada na região, de feições negroides, por uma missão de cientistas franco-brasileira. Estes povos conviviam com tatus e preguiças gigantes, mamíferos hoje extintos. Não conheciam a agricultura nem a cerâmica e dependiam da caça e da coleta. Entre os principais sítios arqueológicos estão o complexo da Lapa Vermelha, nos arredores de Confins. Estes povos ocuparam a região até aproximadamente 7.000 a.C., havendo um hiato até 3.000 a.C., sendo a região desde então ocupada por povos horticultores ancestrais dos atuais indígenas, entre elas a tradição tupi-guarani, de feições asiáticas (mongoloides). Isto indica que as Américas foram primeiramente ocupadas por negroides, e não pelos ameríndios ancestrais dos índios atuais, como se acreditava no passado. A região de Lagoa Santa possui a maior concentração de esqueletos antigos, segundo os especialistas.
As pesquisas, que se iniciaram com a presença do dinamarquês Peter Lund na década de 1840, continuam atualmente com um grande projeto de pesquisa sobre a origem do homem nas Américas coordenado pelo arqueólogo Waltes Neves, do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH) do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB/USP).
Várzea da Pedra, Mocambeiro. Minas Gerais. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
No Brasil, existem duas definições principais das tradições e estilos regionais. Os conjuntos rupestres de um mesmo período, que apresentem temáticas semelhantes, são agrupados em uma “tradição”, e dentro desta tradição podem ocorrer “estilos”, quando ocorrem em uma região específica dentro de um período no tempo. Já as “fácies” são características peculiares, temáticas e técnicas de elaboração comuns dentro de uma tradição. São elas:
Tradição Nordeste: foi definida no Piauí. É caracterizada por um grande número de figuras humanas organizadas e em movimento, realizando tarefas cotidianas e ritualísticas. Grupos de animais podem acompanhar as figuras humanas. Também é encontrada em Minas Gerais.
Tradição Planalto: mais comum em Minas Gerais, é encontrada desde o norte do Paraná até o sul de Tocantins. Caracteriza-se pela predominância de animais, em especial os cervídeos, além de peixes, onças, tatus, aves e roedores. Os animais costumam estar cercados por figuras humanas em cenas de caça. As figuras costumam ser monocrômicas, em geral em vermelho e amarelo.
Outro parque merece destaque nesse artigo: o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Januária, Minas Gerais, que agrupa um conjunto de grandes cavernas, cujas pinturas rupestres mais antigas datam de cerca de 10 mil anos.
Foram classificadas na Serra da Capivara pinturas e gravações de obras com motivos naturalistas e obras com motivos geométricos. A figura humana predomina nas formas naturalistas, além de figuras de animais, como mamíferos, pássaros, répteis, insetos e peixes. Os motivos geométricos apresentam figuras espiraladas, circulares, triangulares e linhas paralelas. Entre os sítios da Serra da Capivara se destaca a Toca do Boqueirão da Pedra Furada. O parque nacional foi decretado em 1979, com os esforços da arqueóloga brasileira Niède Guidon e de instituições francesas.
Sempre me perguntam de onde vem minhas referências para a pintura. Uma delas é seguir um roteiro especial, visitando e registrando os pontos de interesse. A imagem a seguir apresenta parte de um roteiro, no noroeste de Lagoa Santa, uma das mais importantes áreas arqueológicas da América do Sul. Nessa região situa-se o circuito das grutas: Maquiné, Lapinha e Rei do Mato.
Roteiro de pesquisa Paleopaisagens. Fonte: Google Earth, 2012.
Marcelo Albuquerque: Paleopaisagem. Aquarela, 40 x 51 cm, 2012.
O Parque Estadual do Sumidouro oferece uma caminhada por trilhas, passando pela mata exuberante do cerrado, pedras, pelos locais de escavação preservados de Peter Lund, pelas pinturas rupestres e pelas margens da lagoa. Os guias são muito atenciosos. Outro ponto interessante da trilha do Sumidouro é a visita a um dos locais onde Peter Lund realizou suas escavações. Os buracos permanecem no local, e deles saíram os fósseis e ossos de animais que contribuíram para as teorias do cientista dinamarquês.
Parque Estadual do Sumidouro. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Trilha no Parque Estadual do Sumidouro. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Pinturas rupestres no Parque Estadual do Sumidouro. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Escavações de Peter Lund. Parque Estadual do Sumidouro. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
A famosa gruta da Lapinha é parada obrigatória. Foi erguido recentemente o museu Peter Lund, ao lado da gruta, de onde parte a visita guiada para dentro dela. Imperdível. O ingresso dá direito ao passeio pelo Parque Estadual do Sumidouro.
Gruta da Lapinha, em Lagoa Santa. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Gruta da Lapinha, em Lagoa Santa. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Gruta da Lapinha, em Lagoa Santa. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Arco de Pedra da Gruta do Baú, no caminho entre Fidalgo e Pedro Leopoldo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Segundo o texto da exposição sobre os sítios arqueológicos em Minas Gerais, no Espaço Tim UFMG do Conhecimento, na Praça da Liberdade, os conjuntos de pinturas rupestres mais densos encontram-se na região de Lagoa Santa, na Serra do Cipó, no vale do rio Peruaçu e Cochá e no Alto Jequitinhonha.
Infográfico do Espaço Tim UFMG do Conhecimento, em Belo Horizonte. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Marcelo Albuquerque. Paleopaisagem. Aquarela, 55 x 75 cm, 2012.
Gruta da Faustina, em Pedro Leopoldo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
As estradas de terra estão em boas condições e um carro de passeio pode perfeitamente ir sem problemas. A região mais problemática percorrida foi nas cercanias da Lagoa da Gordura, em Matozinhos. Deve-se estar atento às condições da estrada, muito erodida por causa das águas.
Lagoa da Gordura, em Pedro Leopoldo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Também seleciono esta excelente entrevista do Dr. Pedro da Glória, especialista nos hábitos dos paleohabitantes de Lagoa Santa. Realizada nos EUA, sua tese de doutorado buscou entender a saúde e o estilo de vida dos homens pré-históricos através da análise de seus esqueletos. Confira abaixo:
Este outro vídeo, muito interessante, mostra a escavação realizada na Lapa do Santo, por pesquisadores da USP. Percebam a profundidade do buraco escavado. Durante as escavações, foi encontrado o registro artístico, um baixo relevo, mais antigo das Américas. Confira abaixo:
Referências bibliográficas:
PROUS, André. O patrimônio arqueológico da região de Matozinhos: conhecer para proteger. André Prous, Alenice Baeta, Ezio Rubbioli. Belo Horizonte: Ed. do autor, 2003. 132 : il.
Para que tenhamos uma maior compreensão da riqueza de nosso passado, especialmente em Minas Gerais e no Brasil, é necessário um grande esforço de preservação dos sítios arqueológicos, pois convivemos com diversos interesses que colocam em risco sua preservação, como a especulação imobiliária, a mineração e o vandalismo. É necessário conhecer para preservar!
Vandalismo na Gruta da Macumba. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Existem vários agentes de degradação, tanto naturais quanto de iniciativa humana. Entre os naturais se encontram: erosões, escorrimentos naturais de rochas, ninhos de insetos e aracnídeos, líquens, formações de cristais, entre outros. Os principais e maiores vem das atividades humanas: agricultura e pecuária, mineração, construções urbanas e rurais, vandalismo. Segundo Alenice Baeta:
Muitas das vezes, os pichadores nem percebem que há, nas paredes, pinturas rupestres pré-coloniais, desconhecendo, inclusive, a sua existência. No entanto, há sinais claros onde estas intervenções são realizadas propositadamente sobre os grafismos arqueológicos; é o caso de pessoas que contornaram com giz as figuras, visando destaca-las para tirar fotografias, ou que completaram com caneta hidrocor o rabo de um peixe para que a figura ficasse “completa”, como ocorreu na Lapa da Escrivania. Na Lapa de Cerca Grande foi ateado óleo de cozinha em uma pintura, buscando reaviva-la momentaneamente para uma filmagem. Atualmente, é muito raro identificar um sitio arqueológico nesta região que ainda não tenha sido pichado, mesmo que discretamente (PROUS; BAETA; RUBBIOLI, 2003, p. 118).
Abaixo estão relacionados os principais agentes de degradação dos sítios arqueológicos, de origem humana:
– Agricultura e pecuária desordenados;
– Exploração de minério, cal e salitre, entre outros;
– Construções civis e obras em geral em sítios arqueológicos;
– Pichações em cavernas e monumentos;
– Venda ilegal de fragmentos e artefatos arqueológicos e fósseis;
– Artefatos arqueológicos e fósseis arrancados para souvenir;
– Fogueiras em ambientes de preservação;
– Acampamentos irregulares;
– Vandalismo e depredação;
– Descarte indevido de lixo.
Capa do livro O patrimônio arqueológico da região de Matozinhos: conhecer para proteger. Acervo da EBA-UFMG. Foto: Marcelo Albuquerque, 2012.
Uma fundamental referência bibliográfica é O patrimônio arqueológico da região de Matozinhos: conhecer para proteger. Foi escrito por André Prous, Alenice Baeta e Ezio Rubbioli. Segue abaixo a introdução, por Augusto Auler, PhD do Instituto de Geociências da UFMG:
Em 1836, por muitas vezes o dinamarquês Peter Lund caminhou pelas campinas que bordejam ó maciço calcário de Cerca Grande, por ele descrito como as “ruínas de um palácio de gigantes”. Neste cenário que tanto evoca a pre-historia, Lund descreveu para o mundo, pela primeira vez, a existência de arte rupestre na região de Lagoa Santa. Na ocasião, o desenhista e auxiliar de Lund, o norueguês Peter Andreas Brandt nos legou uma imagem das pinturas em uma singela aquarela.
Quase 150 anos foram necessários para que as pesquisas arqueológicas em Lagoa Santa adquirissem um caráter permanente, com o estabelecimento da Missão Arqueológica Francesa de Minas Gerais. O impulso gerado pelo trabalho continuo e sistemático de André Prous e sua numerosa equipe de colaboradores, atual e passada, permitiu que melhor entendêssemos quem foram e como viveram os primeiros brasileiros que aqui se estabeleceram a alguns milhares de anos.
Hoje, ao percorrermos o berço da pré-história brasileira, os ecos de nossos antepassados são abafados por sirenes e sons de um Brasil moderno, difusos em meio a névoa de cimenteiras e sufocados pela balbúrdia humana da expansão urbana sobre uma região antes bucólica, porém englobada cada vez mais pelos tentáculos de Belo Horizonte.
As pinturas ainda lá estão, em alcovas sombreadas de paredões rochosos, tímidas e tênues, como que pedindo proteção, tentando se fazer entender. Esperando que um arqueólogo as descubra antes que sejam profanadas pelo grafite rude de pretensos artistas modernos. Este livro não só vem resgatar um pouco de uma história de milhares de anos, como também testemunha o notável trabalho dos autores e suas equipes, que reconstruíram, a partir de fragmentos retirados da terra de abrigos e cavernas, a historia de uma Lagoa Santa que não existe mais. Que esta obra nos ensine a voltar os olhos para o passado antes de decidir o nosso futuro e que sirva como um resgate de um patrimônio tão importante quanto desconhecido.
Augusto Auler PhD. Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais.
No blog O melhor de Lagoa Santa, encontrei uma bela carta de Carlos Dummond de Andrade, sobre os perigos que rondam a preservação do patrimônio natural, artístico e científico da região. Segundo o blog[1]:
Lagoa Santa foi inspiração pra mais um modernista brasileiro, o mineiro Carlos Drummond de Andrade. Com sua lucidez e sensiblidade ele ja sabia da exploração do Carste de Lagoa Santa virando cimento para o Brasil, lá na década de 70, e assim resolveu escrever sua crítica numa carta ao Dr. Lund, em seu repouso:
Cuidado, Dr. Peter Wilhelm Lund, que dorme em seu último sono em Lagoa Santa: previno-lhe que seu repouso eterno corre perigo. A região em que o senhor viveu, pesquisou e estabeleceu os fundamentos da Paleontologia Brasileira está sendo varrida pelo ciclone do desenvolvimento-acima-de-tudo, que promete acabar com as suas grutas, os seus fósseis e toda a pré-história nacional. A exploração de calcário para fabrico de cimento vai arrasar as maravilhosas formações naturais que compuseram o cenário definitivo de sua vida. Amanhã, quem sabe? Esgotados os depósitos de matéria-prima, o senhor mesmo será tecnicamente classificado como calcário de 2º grau, e do seu jazigo inscrito nos livros do Patrimônio Histórico do Brasil se fará uma fornada de cimento para novas torres redondas na Barra da Tijuca.
De resto, sei que não adianta meu aviso, sei que não adianta impedir a transformação da paisagem em cimento. Temos que viver o nosso tempo, ou, mais corretamente, morrer o nosso tempo. Quem falou aí em preservar os traços deixados pelo homem primitivo, como tarefa de sumo interesse para a compreensão da vida? Esse perdeu o seu latim – o mesmo latim de que o senhor se serviu para identificar o seu megatherium, o seu chlamidotherium, o seu glyptodon. Pois o próprio latim não acabou, no quadro da cultura geral?
Desculpe, meu sábio venerando, este chamado importuno, que nem sequer deve tê-lo acordado. Certamente já o acordara antes o tonitrom dos tratores incumbidos de devastar o solo, a vegetação e toda lembrança do mundo imemorado. A esse som nada musical sucederá outro, que o manterá desperto: o das britadeiras funcionando em ritmo de Brasil grande e apressado. O senhor perdeu o direito à paz, como de resto nós todos o perdemos, e as próprias máquinas. Fique aí quietinho em seu túmulo, enquanto se anuncia para meados de 1975 o desaparecimento da Lapa Vermelha, ou Lapinha, que era a menina-dos-seus-olhos… A Lapinha, sabe? Que vinha sofrendo a agressão dos namorados, dos torcedores de futebol, dos fotógrafos de Manchete, que nela rabiscavam inscrições bobas ou que revestiam de óleo suas pinturas, para melhor efeito de cores das reproduções, enquanto os afeitos a souvenirs furtavam lascas de estalactites e estalagmites, para se gabarem de ser proprietários de esculturas da natureza. Esse pessoal executou os serviços preliminares de desbastamento da área. Vem agora a fase sistemática de desintegração plena da Lapinha, aquela mesma em cujo recinto sombrio e rico de mistérios telúricos o senhor passeou e meditou, no itinerário do sonho para a ciência.
Prometo versejar uma elegia, quando tudo estiver consumado. É só o que posso fazer, em honra da caverna clássica e do sábio que a indicou ao zelo das novas gerações, cuidando que, no futuro, suas investigações teriam prosseguimento, e que ali se instalaria um mutirão de pesquisadores ávidos de descobrir os enigmas da Terra e do Homem. Daqui a seis anos, sabe? Passará o centenário da morte do senhor. Podemos conjeturar que até lá sua morte se desdobrará e multiplicará na morte das grutas. Então, na rasa planície, extinto o eco dos tratores, britadeiras e esteiras transportadoras de calcário, memória não haverá nem do senhor nem dos grupos alegres de turistas que começaram a demolir as criações da natureza para que outros completassem a obra. É possível que, no silêncio, ouvido mais apurado ouça aquela música sem som que se filtra entre o vazio e a ruína, a música do nada. Teremos chegado à perfeição do não-existente, àquele estado de não-ser, que até a morte se distancia. E nessa música irreal se perceberá a vaga exalação de um responso: Minas Gerais vendeu sua alma ao desenvolvimento, e deu de pinga sua pré-história.
Boa-noite, Dr. Lund.”
Carlos Drummond de Andrade (12/03/1974)
[1] Fonte: IN-SITU (Informativo do Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire – Nov/2011). Disponível em: http://melhordelagoasanta.wordpress.com/tag/drummond. Acesso em: 12 out. 2012.
No litoral brasileiro encontramos os sambaquis, que são montes compostos de moluscos (de origem marinha, terrestre ou de água salobra), esqueletos de seres pré-históricos, ossos humanos, conchas e utensílios feitos de pedra ou ossos. É resultado de ações humanas, ou seja, são montes artificiais, com dimensões e formas variadas. Acontecem com frequência no litoral sudeste e sul do Brasil.
Recomendo este vídeo a seguir, produzido pelo SP Arqueologia: Sítio pré-histórico – Sambaqui.
O documentário Serra da Capivara, com 40 minutos de duração, aborda diferentes aspectos do Parque Nacional da Serra da Capivara, localizado no sudeste do estado do Piauí. A área está inscrita na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO e abriga um dos mais ricos sítios arqueológicos do mundo, com destaque especial para o rico acervo de pinturas rupestres. Ao longo do documentário, personagens reais contam a história da criação do Parque e falam sobre os impactos econômicos e sociais na região após sua implementação. O filme descreve ainda o percurso da arqueóloga Niéde Guidon e de pesquisadores da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) no desenvolvimento de trabalhos científicos de ponta e de ações sociais que dinamizam e contribuem para o desenvolvimento da comunidade local.
Niède se emociona com situação da Serra da Capivara
A Arqueologia Brasileira.
Um breve documentário sobre as perspectivas de atuação e pesquisa. Contendo também as descobertas mais relevantes no Brasil. Uma pequena amostra Sítio Arqueológico da Serra da Capivara e os mais antigos vestígios de presença humana na América.
Também seleciono esta excelente entrevista do Dr. Pedro da Glória, especialista nos hábitos dos paleohabitantes de Lagoa Santa. Realizada nos EUA, sua tese de doutorado buscou entender a saúde e o estilo de vida dos homens pré-históricos através da análise de seus esqueletos. Confira abaixo:
Este outro vídeo, muito interessante, mostra a escavação realizada na Lapa do Santo, por pesquisadores da USP. Percebam a profundidade do buraco escavado. Durante as escavações, foi encontrado o registro artístico, um baixo relevo, mais antigo das Américas. Confira abaixo:
SP Arqueologia – UNIVESP TV
SP Arqueologia – Sítio pré-histórico: Sambaqui
SP Arqueologia – Sítio lítico: acompanhamos a pesquisa de campo de Astolfo Araújo em Ipeúna, São Paulo. Ele é professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP e desenvolve um projeto financiado pela FAPESP para entender como ocorreu a ocupação dos paleoíndios onde hoje é nosso Estado. Para isso, trabalha no sítio arqueológico Lagoa do Camargo, onde encontrou material lítico, ou seja, pedra lascada pelo homem do passado com o intuito de caçar e cortar alimentos.
SP Arqueologia – Sítio rupestre: na companhia da arqueóloga Luana Alberto, fomos a Itapeva conhecer alguns dos sítios de pinturas rupestres que ela mapeou ao longo da pesquisa de mestrado no MAE-USP. Luana, ao lado do também arqueólogo Silvio Araújo, mostrou as riquezas do Abrigo de Itapeva e de outros dois paredões que serviram de morada aos antigos habitantes da região.
SP Arqueologia – Sítio histórico: Nossa reportagem conheceu as ruínas de mineração do século XVI em Guarulhos, grande São Paulo, na companhia da arqueóloga Cláudia Plens. Doutora pelo MAE-USP e professora da UNIFESP, Cláudia levantou todo o patrimônio arqueológico do município.
SP Arqueologia – Sítio cerâmico: Conhecemos o trabalho de Plácido Cali, doutor em Arqueologia pelo MAE-USP e responsável pela musealização do sítio histórico e cerâmico das Ruínas da Igreja São João Batista (Abarebebê), em Peruíbe, litoral paulista. Ele participou das escavações que encontraram milhares de objetos em cerâmica, o mesmo material que coletou em trabalhos de licenciamento ambiental no perímetro urbano do município. Plácido levou nossa equipe ao Museu de Arqueologia da cidade e a uma aldeia indígena, onde crianças jogam futebol sobre um sítio arqueológico a céu aberto.
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