Nanquim: introdução

 

Por Marcelo Albuquerque. Este texto é parte dos cursos e disciplinas ministrados pelo autor.

 

O nanquim é uma das tintas mais populares do planeta. Surgida na China há mais de 4500 anos, a tinta apresenta uma cor negra intensa, extremamente fluida e de rápida absorção por seu suporte mais comum, o papel.

 

O nanquim, na forma tradicional, é feito por basicamente fuligem de carvão ou negro de fumo e goma-laca. A fuligem é o pigmento, enquanto a laca é seu aglutinante. Na China antiga, os primeiros nanquins eram retirados das glândulas de tintas de moluscos como o polvo e a lula, que usam a tinta como forma de defesa. O processo tradicional de fabricação ainda é bastante utilizado nos dias atuais, porém devemos ficar atentos quanto às marcas populares, que acrescentam resinas acrílicas na tinta a fim de obter um maior rendimento, porém desta forma o nanquim fica mais próximo das tintas acrílicas do que propriamente do verdadeiro nanquim. Da mesma forma encontramos também tintas coloridas próximas ao nanquim no mercado. Também não podemos considerar estas tintas como verdadeiros nanquins, pois não existe carvão colorido!

 

A forma mais comum de se obter o nanquim é na forma líquida, mas também o encontramos na forma sólida, destinada aos artistas que preferem produzir manualmente seus próprios materiais, além de ser a forma oficial do Sumie, técnica de grande leveza e precisão de origem chinesa.

 

É uma tinta que possui um poder de adesão muito forte, permanente, difícil de ser retirada após sua aplicação. A tinta, além de penetrar consideravelmente na fibra do papel, possui grande resistência à luz e ao clima. Um bom nanquim, ao receber uma aguada por cima, deve manter-se estável e não diluir-se na mesma aguada.

 

NANQUIM – em sua constituição tradicional
Pigmento Aglutinante
Fuligem de carvão, negro de fumo, antigamente tinta de moluscos. Goma-laca (asa de barata), cola de peixe.

Denominação das tintas e seus aglutinantes. Fonte: Colnago, 2003.

 

Penas artesanais: As penas artesanais são os instrumentos mais antigos que foram utilizados pelo homem na escrita e na arte. Podem ser feitos de madeira, como o bambu, e penas de aves, como o ganso. São excelentes para artistas que gostam de experimentações e não aconselhadas para trabalhos muito precisos.

 

Penas de ganso. Foto: Marcelo Albuquerque, 2008.

 

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Bambus. Foto: Marcelo Albuquerque, 2008.

 

Para confeccionar uma pena de bambu caseira, selecione um pedaço de bambu firme e resistente entre dois nós e corte uma das extremidades antes do nó, cortando a segunda após o nó (1). Em seguida, faça um corte chanfrado na extremidade sem o nó (2). O resultado deverá ficar parecido com a figura 3. Em seguida, faça um pequeno corte seguindo o veio da madeira (4), de forma a obter um resultando semelhante à figura 5. Para fazer uma pena de ganso, apenas faça o corte chanfrado na ponta da raiz da pena.

 

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Esquema de confecção de uma pena de bambu. Ilustração: Marcelo Albuquerque, 2008.

 

Bico-de-pena: O bico-de-pena é uma ferramenta de desenho bastante popular constituído de uma pena de aço e um cabo. Produz um fino e limpo desenho, utilizado principalmente para desenhos lineares e caligráficos. O bico-de-pena se presta à várias aplicações, do desenho artístico e técnico à caligrafia. Basicamente, sua estrutura e funcionamento se baseiam no reservatório e no duto por onde a tinta escorre até o suporte. O duto é formado por um corte, geralmente simétrico, que se finaliza no reservatório, dividindo a pena ao meio até sua metade. Quanto maior a pressão na pena, mais os lados se separam permitindo que a tinta flua com maior intensidade. É nesta hora que é exigida a habilidade do artista para, com um único traço, revelar os valores de linha, ou seja, linhas grossas e linhas finas.

 

Penas de aço e cabos. A forma comum da pena de aço e a intensidade do traço, de acordo com a pressão exercida sobre a pena. Foto e ilustração: Marcelo Albuquerque, 2008.

 

Canetas nanquim: São canetas específicas para trabalhos técnicos. Possuem um reservatório recarregável e são encontradas em várias numerações de espessura. São bastante frágeis e deve ser usado um desincrustante para nanquim. Atualmente caíram em desuso devido aos avanços da informática. Hoje encontramos boas canetas-nanquim descartáveis.

 

Canetas tipo nanquim descartáveis. Foto: Marcelo Albuquerque, 2008.

 

Pincéis: Os pincéis são essenciais em um trabalho com nanquim. Prestam-se aos trabalhos com aguadas e também com a tinta concentrada. Praticamente se pode trabalhar com qualquer tipo, observando a natureza do trabalho e a escolha de pincéis macios ou duros. Com eles, se fazem linhas puras e texturas com bastante versatilidade.

 

Instrumentos alternativos e monotipias: Canudinhos, esponjas e trinchas são instrumentos ricos em experimentações criativas. Pode-se usar o sopro nos canudinhos, a textura da esponja e da trincha, além de podermos “carimbar” diversos objetos a nossa escolha.

 

Suportes e técnicas: Para se trabalhar com nanquim, praticamente qualquer suporte é adequado. Vale lembrar que, para obter uma maior durabilidade e qualidade do desenho, é necessário o uso de bons papéis artísticos disponíveis em lojas especializadas, observando principalmente seu pH e gramatura. Papéis que absorvam melhor a água, como os papéis de algodão, são excelentes suportes para técnicas aguadas e secas, porém papéis mais baratos, como o genérico “Canson”[1], não são adequados para aguadas, pois se desmancham ao serem manuseados com água, enquanto outros não conseguem absorver bem as manchas de água. Entretanto, cabe aos artistas redescobrirem as técnicas e inventar outras tantas novas. Porém o respeito às técnicas tradicionais é de extrema importância para aquele que se inicia nos estudos da arte.

 

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Texturas e desenhos formados a partir de pedaços de pano, esponjas, fios e diversos materiais. Marcelo Albuquerque, 1998.

 

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Saul Steinberg: Fingerprint landscape, 1950. Impressões digitais. Fonte: http://www.saulsteinbergfoundation.org/. Acesso em 02 de fevereiro de 2009.

 

Bico de pena e canetas-nanquim: As canetas-nanquim nos trazem o conforto e a praticidade no trabalho, evitando alguns acidentes de percurso como derramamento de tinta. Porém as mesmas não possuem a versatilidades da velha pena de aço, bastante popular mesmo em tempos de alta tecnologia. Existem basicamente duas formas de se trabalhar com o bico-de-pena:

 

Hachuras: desenhos feitos a partir do distanciamento dos traços. É a forma mais tradicional de desenho, não permitindo que se “colora” o desenho, ou seja, o preenchimento de tons é formado pela interseção e sobreposição de inúmeras linhas puras, formando uma escala de tons. Observe a imagem do cartunista francês Serre e como ele utiliza a hachura em seu desenho.

 

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Marcelo Albuquerque: Paisagem e Arquitetura, 2007. A4. Aguada e bico de pena sobre papel.

 

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Marcelo Albuquerque: Macacos. Bico de pena e nanquim, 29.5 x 42 cm. 2003.

 

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Saul Steinberg: Untitled, 1949-54. Nanquim e lápis sobre papel, 14 ½ x 23 ¼ in. Fonte: The Saul Steinberg Foundation. Disponível em: http://www.saulsteinbergfoundation.org. Acesso em 02 de fevereiro de 2017.

 

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Desenho de estudante a partir de um galho feito com pontilhismo. Foto: Marcelo Albuquerque, 2008.

 

Valor de linha: usa-se aqui a pressão das mãos para criar linhas finas e linhas grossas. Quanto mais leve for o traço, mais fino; quanto mais pesado, mais grosso.

 

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Van Gogh: Noite estrelada, 1889. Pena e nanquim. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Vincent_van_Gogh. Acesso em 02 de fevereiro de 2009.

 

Aguadas: As aguadas podem ser trabalhadas em conjunto com pincéis e penas. Elas nos proporcionam a leveza própria da aquarela com efeitos inesperados, muitas vezes bem-vindos. Grande parte de seus princípios de criação estão vinculados às técnicas de aquarela, portanto consulte o capítulo referente a esta técnica específica. Portanto, podemos utilizar o suporte (geralmente o papel) seco ou úmido, recebendo a tinta de forma saturada espalhando e diluindo pelo suporte ou já diluída em porções variadas de diversas intensidades e colorações. Podemos também associar as aguadas a outras técnicas, com tintas, pigmentos, óleos, máscaras, entre outros, permitindo ao artista uma infinidade de combinações e resultados inovadores.

 

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Marlene Dumas: instalação Measuring your Own Grave, 2008, Museum of Contemporary Art, Los Angeles Models, 1994, Aquarela e nanquim sobre papel, 62 x 50 cm (cada). Collection: Van Abbemuseum, Eindhoven, the Netherlands. Fonte: Marlene Dumas. Disponível em: http://www.marlenedumas.nl/. Acesso em 02 de fevereiro de 2017.

 

[1] Canson é uma empresa francesa fabricante de papel, que produz inúmeros tipos de papéis de qualidade.

William Collett e a aquarela de paisagem na primeira metade do séc. XIX

Por Marcelo Albuquerque

Este artigo foi escrito para a exposição de William Collet, realizada no Brasil em 2010
A obra imagética de William Rickford Collett, em um primeiro momento, se relaciona a uma tradição de artistas viajantes que se sucederam no Brasil durante grande parte de nossa história. Consideramos, no entanto, o fato de Collett não se enquadrar propriamente como um artista, mas sim como engenheiro entusiasta da pintura. Porém, em seu diário, a presença da terra natal, Inglaterra, se faz constante e, portanto, não poderia deixar de focar a tradição inglesa da aquarela.

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Assim como os viajantes aquarelistas em solo brasileiro, William Collett coletou dados fundamentais sobre a paisagem, o percurso, as pessoas e os costumes. Um trecho em especial me chamou a atenção quando, de sua viagem, passa por Congonhas do Campo, em Minas Gerais. O viajante cita um encontro com esculturas em frente a uma igreja, para em seguida deduzir como vindas da Europa, por sua maestria na composição e na técnica, desconhecendo também o tipo de pedra das esculturas. Claros sinais de seu encontro com Aleijadinho e suas atribuições.

De caráter documental e amador, as aquarelas apresentam um registro naturalista dos fatos, onde percebemos o entusiasmo e vigor de Collett pelo desenho, ao longo das mais de setenta imagens de seu diário. Pois não só através de artistas profissionais a imagem do Brasil foi registrada, mas também através de pintores amadores vinculados às transações comerciais, diplomáticas e militares. Vale citar a figura do militar inglês Henry Chamberlain (1796 – 1844), que produziu diversos trabalhos sobre a cidade do Rio de Janeiro.

Com a produção de papéis de alta qualidade no séc. XVIII, a primeira escola nacional de aquarelistas emergiu na Grã-Bretanha, surgindo o termo “Escola Inglesa”. Esta tradição começou com os desenhos topográficos que se popularizaram nos sécs. XVII e XVIII, enquanto a Grã-Bretanha despontava como potência mundial. A aquarela topográfica foi usada primeiramente como um registro objetivo de um lugar real em uma era antes da fotografia. Quando as figuras humanas aparecem, são para principalmente demonstrar as atividades típicas de um lugar ou fornecendo um sentido da escala arquitetônica. A aquarela foi bastante utilizada por sua praticidade de uso ao ar livre e em áreas remotas. Outra função das técnicas de perspectiva e de desenho topográfico foi sua utilização em academias militares, usadas para registrar posições defensivas ou costumes de povos conquistados. Finalmente, os topógrafos também gravaram as descobertas das expedições naturalistas e arqueológicas, muitos deles financiados por sociedades de cientistas naturais amadores e profissionais.

Willian Collett viveu na era romântica, mas seu trabalho seguiu os passos dos topógrafos. Os artistas e poetas românticos seguiam seus ímpetos e impulsos criativos – Sturm und Drang (tempestade e ímpeto). As paisagens remetiam às relações do homem com as forças da natureza, ao sublime e ao melancólico, o êxtase diante da força divina enxergada pelas forças naturais. É neste período que a pintura de paisagem afirma sua autonomia nas artes.

William Collett viveu no período da Escola Inglesa e na era dos viajantes aquarelistas no Brasil. Seus registros de sua passagem pelo Brasil devem ser mais que valorizados; devem ser estudados e levados ao grande público para que sua obra não se afaste de nós brasileiros.

Marcelo Albuquerque, fevereiro de 2010.

Livros e E-books de Marcelo Albuquerque

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Aquarela: introdução

Por Marcelo Albuquerque.

Este texto é parte dos cursos e disciplinas ministrados pelo autor.

Primeiramente, devemos nos perguntar o que é a aquarela. A aquarela é uma tinta formada basicamente pelo pigmento colorido bastante moído e por um aglutinante, geralmente goma arábica. Sua principal característica é a transparência. Como o próprio nome indica, ela se baseia no uso da água, no qual os pigmentos se transferem para a superfície. Evaporada a água, o pigmento forma uma mancha de cor sobre o papel, que se fixa através do aglutinante, similar a uma cola.

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Marcelo Albuquerque. Paisagem e Arquitetura. Aquarela, 55 x 75 cm, 2006.

Assim como o guache, a aquarela é uma tinta a base de água. A diferença entre a aquarela e o guache está na forma como a tinta é preparada e usada. Na aquarela, por sua transparência, vê-se o suporte, enquanto o guache, opaco pela carga[1] que recebe, sobrepõe-se ao fundo.  Mas também podemos trabalhar o guache e todas as técnicas de pintura de forma a obter a transparência, bastando diluir bem a tinta para evidenciar o suporte. Diferente da pintura tradicional, na maioria das vezes, para obtermos o efeito luminoso na aquarela utilizamos o próprio branco do papel, ou seja, as regiões mais claras e luminosas são pouco trabalhadas e devem ser as primeiras a serem pensadas, onde as partes mais densas e carregadas se formarão através de sobreposição de camadas, gerando a formação de novos tons, enquanto nas técnicas pictóricas mais densas, como a pintura a óleo e acrílica, geralmente adiciona-se as cores correspondentes ao brilho.

Pode-se trabalhar a aquarela de diversas formas, por isso sua popularidade é grande. O caráter imprevisível torna-se um desafio, pois exige uma certa previsão e uma capacidade de tomar decisões rápidas. Dificilmente se esconde um “erro” devido a sua transparência, mas muitas vezes o erro vira um acerto. A aquarela é a técnica do acaso e da virtuosidade ao mesmo tempo, e o conceito de erro em arte é bastante duvidoso!

TintasAglutinantes
Aquarela, guacheGoma-arábica
NanquimGoma-laca
ÓleoÓleos vegetais: linhaça, cravo, nozes, etc.
TêmperasOvo e caseína (cola de leite)
EncáusticaCera de abelhas
Acrílicas e vinílicasResinas sintéticas (polivinílicas)

Denominação das tintas e seus aglutinantes. Fonte: Colnago, 2003.

Para trabalhos mais meticulosos, é importante ter um bom esboço do desenho, separando-se os campos de cor e detalhes a serem pintados. Este desenho pode ser feito com um lápis ou lapiseira, de forma suave, com o papel seco, pois pela propriedade de transparência as linhas aparecerão. Porém, o desejo de se trabalhar associando o grafite à aquarela é pessoal, e em muitos casos torna-se bastante interessante e enriquecedor, lembrando que não existem regras para o desenvolvimento de um trabalho artístico, mas a aquarela requer um bom conhecimento de sua natureza para se trabalhar seguramente. Outro aspecto importante do grafite na aquarela é que este o fixa no papel.

Com o papel molhado trabalhamos com grandes quantidades de água sobre o papel, deixando que a tinta se espalhe e flua pela superfície (refluxos). Podemos também molhar o papel antes de entrarmos com as cores. Por esta maneira, conseguimos obter belíssimos efeitos e mistura de cores, nem sempre respeitando os limites do desenho e partindo para um pensamento mais abstrato em relação ao trabalho.

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Estudo de cor, volume e textura. Marcelo Albuquerque, 2005.

Na aquarela, por ser uma técnica refinada, é sempre recomendado a utilização de materiais de ótima qualidade. Existem aquarelas para profissionais, para artistas mais exigentes, cujo valor dos materiais é alto, porém tanto a tinta da aquarela quanto os demais materiais são altamente duráveis e o investimento feito será realizado esporadicamente.  Obviamente, só o gasto com papéis será maior. A aquarela não se perde depois de seca, pois a goma-arábica seca, em contato com a água, retorna ao estado original, diferente da pintura a óleo, que endurece através da oxidação gerando novos elementos químicos.

Além das tintas profissionais, outros tipos de aquarela mais accessíveis estão disponíveis no mercado, geralmente marcas chinesas e japonesas, porém seu uso não é indicado devido à péssima qualidade de seus elementos, principalmente os pigmentos, na maioria de origem sintética, e adição de cargas. Pelo preço percebemos a diferença.

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Marcelo Albuquerque. Paisagem e Arquitetura. Aquarela, 55 x 75 cm. 2007. Aguadas sobre papel molhado.

Hierarquia das linhas de tintas:

Os fabricantes disponibilizam no mercado diversas linhas de uma mesma tinta, com variados preços e qualidades diferentes. Este fato se dá pela composição dos materiais, onde os mais caros são produzidos com pigmentos de melhor qualidade ou em maior quantidade, além de aglutinantes, cargas e adjuvantes mais puros e refinados. As aquarelas Talens possuem três linhas; Rembrandt, Van Gogh e ArtCreation. Rembrandt é a mais profissional, pois possui maior concentração de pigmentos e uma goma arábica mais refinada, fazendo seu custo aumentar consideravelmente. Em seguida, vem a linha Van Gogh como intermediária entre a Rembrandt e a ArtCreation, sendo esta última destinada para iniciantes e estudantes, de baixo custo. Não significa que não obtemos bons resultados com materiais de baixo custo, pois quando se exerce a criatividade não podemos impor limites; porém, em nível técnico, quando a arte é percebida do ponto de vista científico, exigindo análises de constituição, forma, resistência e compatibilidade, devemos escolher sempre os melhores materiais. Vale reforçar que, para estudantes de arte e profissionais em geral, a escolha desses materiais é decisiva na qualidade e resultado final de qualquer trabalho. Os fabricantes disponibilizam no mercado diversas linhas de tintas, com variados preços e qualidades diferentes.

Os bons fabricantes disponibilizam suas linhas de tintas com diferentes nomes, alguns em homenagem a artistas relevantes à história da arte e da própria técnica, como faz a indústria inglesa Winsor & Newton, ao nomear sua linha para estudantes como Cotman, em referência a John Sell Cotman (1782-1842), aquarelista e pintor inglês.

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John Sell Cotman: Greta Bridge. Aquarela, 1805. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/John_Sell_Cotman. Acesso em: 20 jan. 2017.

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Aquarela Cotman, da Winsor & Newton. Fonte: WINSOR & NEWTON.COM.

Aquarelas Talens ArtCreation, Rembrandt e Van Gogh: diferentes qualidades e composição para diferentes públicos. Fonte: https://www.royaltalens.com. Acesso em: 20 jan. 2017.

A seguir, algumas marcas profissionais de aquarela, encontradas no mercado brasileiro ou analisadas no Guia Wilcox de aquarelas (WILCOX, 1991):

Tintas profissionais: Binney & Smith (EUA), Blockx (Belgica), Da Vinci (EUA), Daler Rowney (Reino Unido), Grumbacher (EUA), Holbein (Japão), Lefranc & Bourgeois (França), Lukas 1862 (Alemanha), Hunts (USA), Maimeri – Blu (Itália), Martin/F. Webber Co. (EUA), Old Holland (Holanda), Paillard (França), Pebeo – Fragonard (França), Royal Talens – Rembrandt (Holanda), Sennelier (França), Schminke Horadam (Alemanha), Winsor & Newton/Winton (Reino Unido).

Tintas para estudantes de artes: Lukas Aquarell Studio (Alemanha), Royal Talens – Van Gogh (Holanda), Schminke Akademie (Alemanha), Winsor & Newton/Cotman (Inglaterra).

Tintas amadoras e escolares: não indico para serem usadas profissionalmente, pois não apresentam as especificações de tipos de pigmentos e análises de laboratório. Ex.: Faber Castell (Brasil), Guitar (Japão). Pentel (Japão), Reeves (Inglaterra), Sakura (Japão).

Vale reforçar que, para estudantes de arte e profissionais em geral, a escolha desses materiais é decisiva na qualidade e resultado final de qualquer trabalho. Não basta apenas comprar uma tinta de uma boa marca; observe a sua categoria. Os fabricantes possuem diversas linhas de produtos, sendo as mais caras as mais refinadas e as mais baratas se destinam a amadores e linhas escolares, de qualidade bem inferior. Por exemplo: a marca Talens possui as aquarelas Rembrandt e Van Gogh, onde a diferença entre elas está na qualidade dos componentes, sendo a Rembrandt mais refinada e cara. A marca inglesa Winsor & Newton possui também uma linha profissional e outra para estudantes, chamada Cotman.

Considerações sobre as tintas, de acordo com o seu pigmento:

“É apropriado que o pigmento para a pintura tenha alguns requisitos: ser uma substância finamente dividida; ser insolúvel no aglutinante com o qual se usa; ser resistente à luz; não exercer uma ação química nociva sobre o ligante, nem sobre outros pigmentos com os quais será misturado; ter um grau adequado de opacidade ou transparência; proceder de indústria confiável, que comprove suas cores, utilize matérias-primas adequadas e possa informar sobre a sua origem, qualidade, características e resistência” (COLNAGO; BRANDÃO, p.27).

Atenção: Qualidade dos materiais: profissionalmente, escolha sempre papéis de melhor qualidade (Canson, Fabriano, etc.), livre de ácidos e gramatura acima de 200g/m2; e boas marcas de tintas (Talens, Winsor & Newton, etc.) que ofereçam pigmentação correta das cores. Isso lhe assegura a aquisição de tintas de excelente qualidade, fórmulas originais e verdadeiras. Não se pode confiar em outros fabricantes simplesmente pelo rótulo ou procedência da tinta. Mesmo uma tinta importada e cara pode apresentar pigmentos inapropriados para o estudo da cor nesta disciplina. Além disso, os bons fabricantes disponibilizam nos rótulos e na internet diversas especificações a respeito da fabricação de seus materiais e catálogos científicos para download. Bons fabricantes, como a holandesa Royal Talens, a inglesa Winsor & Newton e a francesa Sennelier, por exemplo, indicam nos rótulos dos produtos o pigmento encontrado nas tintas.

Símbolos Royal Talens

Os símbolos das embalagens devem ser lidos da seguinte forma:
 º      = 0 – 10 anos de incidência de luz sob condições de museu
+      = 10 – 25 anos de incidência de luz sob condições de museu
++   = 25 – 100 anos de incidência de luz sob condições de museu
+++ = pelo menos 100 anos de incidência de luz sob condições de museu.

Símbolos Sennelier

Os símbolos das embalagens devem ser lidos da seguinte forma:
 º       = pouca resistência
«       = baixa resistência
««    = boa resistência
««« = excelente resistência

Leitura das embalagens: 

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Informações sobre o pigmento amarelo limão da Talens. Fonte: http://www.talens.com.

Descrição dos pigmentos – Exemplos: 

PW = Pigment White PW4 – (pigment name) = zinc oxide – 77947 (pigment number); PW – White pigments; PW6 – Titanium white;      PY – Yellow pigments; PY35 – Cadmium yellow; PO – Orange pigments; PO34 – Azo orange; PR – Red pigments; PR112 – Naphthol red; PV – Violet pigments; PV19 – Quinacridone rose; PB – Blue pigments;         PB29 – Ultramarine; PG – Green pigments; PG7 – Phthalo green; PBr – Brown pigments; PBr7 – Natural umber; PBk – Black pigments; PBk11 – Oxide black.

Resistência à luminosidade: 

O grau de resistência à luminosidade de  uma cor indica a medida que uma cor, como substância, é danificada pela luz ultravioleta. Luz ultravioleta é um componente tanto da luz natural quanto da luz artificial. Tem a capacidade de desagregar substâncias colorantes; a cor “desaparece” com o tempo. A velocidade desse fenômeno depende da natureza da substância colorante, em combinação com a quantidade de luz ultravioleta. Algumas cores começam a desvanecerem-se após alguns dias, outros depois de muitos anos ou mesmo durar milênios. Bons fabricantes indicam nos rótulos dos produtos uma escala em símbolos para os seus produtos:

Opacidade e transparência: 

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Outra propriedade dos pigmentos é opacidade ou transparência. Pinte com um pigmento opaco e irá esconder o suporte trabalhado (poder de cobertura), quando aplicada em uma determinada espessura. Pinte com um pigmento mais transparente e o brilho do suporte integrará a cor obtida (a exemplo da aquarela). Nem todos os pigmentos opacos são tão opacos, e nem tão transparentes. Muitas variações são possíveis, desde muito transparente e muito opaca.  Algumas tintas são sempre opacas, como o guache, pois possuem em sua composição cargas – além dos pigmentos – que anulam a transparência, intensificando o poder de cobertura.

Granulometria do pigmento: 

é a análise da forma, dimensão e textura do pigmento. Suas dimensões são medidas em mícrons e as formas se definem em esferóides, laminadas, aciculares, prismáticas, conferindo opacidade ou transparência.

HUE – Definição nas embalagens: 

quando encontramos a descrição HUE nas embalagens, trata-se de cores fabricas com pigmentos que imitam a cor original de um outro pigmento. Podem ser por diversas razões, entre elas a redução de custos. Um pigmento pode ser caro e raro,e, sendo assim, sua cor pode ser imitada através de outros pigmentos de menor custo. A durabilidade da cor pode não ser afetada necessariamente. Por ser uma imitação, o fabricante deve avisar ao consumidor na própria embalagens, havendo para isso legislações específicas.

Formatos:

Bisnagas, pastilhas secas, pastilhas semi-úmidas, líquidas, lápis e bastões. Podem ser compradas em estojos ou avulsas (de preferência avulsas, assim se obtém as cores realmente desejadas). Encontramos no mercado a tinta Ecoline que se comporta como uma aquarela líquida, de cores fortes, intensas e transparentes, porém não é uma aquarela verdadeira (ver Ecoline).

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Ecoline Talens: ideal para iniciantes no estudo das cores.

Paleta ideal para estudo de cores (cores primárias ou próximas):

Azuis: Prussian blue, Cerulian blue, Cobalt blue. Magenta e Vermelhos: Magenta, Cadmiun red ou Alizarin Red. Amarelos: Cadmiun yellow, Lemmon yellow. Preto: Ivory Black.

Desta forma, o estudante é induzido a racionar a relação da mistura das cores, desenvolvendo sua percepção da escala cromática. Outras cores podem ser adquiridas aos poucos, dependendo da necessidade do artista. Isto evita que o estudante compre tintas que dificilmente irá usar, gerando desperdício de material e dinheiro.

Técnicas mistas:

É um desafio propor aqui um estudo com técnicas mistas, pois a cada momento um novo artista descobre e redescobre novas maneiras de se desenhar e pintar. Na arte se pode fazer de tudo com tudo, não se importando nem mesmo com a durabilidade física da obra. O que se segue adiante são formas tradicionais de mistura de técnicas, porém abrem a possibilidade de cada indivíduo agregar novas experiências, já que as próprias vivências pessoais interferem no processo criativo.

Crie vários quadrados onde serão experimentados os seguintes materiais:

  • Aquarela com nanquim e bico-de-pena: faça uma aguada e enquanto esta seca faça traços com nanquim e bico-de-pena. Observe a quantidade de água necessária para se criar os efeitos causados, controlando assim a relação de tempo e pintura.
  • Aquarela com grafite: faça um desenho a grafite, e a seguir faça interferências com aquarela, valorizando as duas técnicas.
  • Aquarela com nanquim e pincel: use livremente o nanquim sobre as aguadas de aquarela com um pincel macio e redondo. O nanquim pode ser usado como tinta preta na aquarela, substituindo o pigmento preto original da aquarela.
  • Cera, parafina, pastel oleoso ou lápis oleoso (dermatográfico): antes de fazer a aguada, crie desenhos com cera ou parafina (vela) ou com um lápis dermatográfico branco. Em seguida faça as aguadas e perceba que onde foi desenhado aparecerá o branco devido à não fixação da tinta na cera e em materiais oleosos. É importante perceber que a própria gordura das mãos pode interferir diretamente no trabalho, intencionalmente ou não.
  • Máscaras: As máscaras são películas plásticas que são aplicadas com pincel, protegendo e preservando áreas do suporte que não serão pintadas. Coloca-se a máscara nos locais pré-estabelecidos, aguardando a secag­em antes de entrar com as tintas. Pinta-se então por cima de tudo, e logo após a secagem da aquarela, retira-se a película com os dedos ou com um objeto adequado, tomando-se cuidado em não ferir o papel.
  • Pressão com cabo de pincel ou ponta de lapiseira: com o cabo do pincel ou outro material mais duro, como uma ponta de lapiseira sem grafite, realize desenhos sobre o papel já com a aguada – e faça sulcos no papel, observando a acomodação dos pigmentos no baixo-relevo que se forma. Controlando o tempo e esperando a aguada secar um pouco mais, conseguiremos desta vez remover o pigmento de aquarela, revelando assim o suporte branco por baixo. Neste caso, é uma tarefa de extrema delicadeza onde o artista descobrirá empiricamente seu tempo certo. A qualidade do papel também é muito importante.
  • Esgrafito ou Raspagem: utilizando uma ponta seca ou estilete, podemos obter efeitos luminosos fazendo a raspagem da camada pictórica de forma a revelar o suporte.
  • Aquarela com sal: é uma técnica popular que gera efeitos muito interessantes. Primeiro se faz a aguada, e em seguida se coloca sal por cima da aguada, de forma aleatória e menos homogenia possível. Espere secar completamente e remova o sal da superfície. O efeito mineral que se vê é parecido com as formas de um mármore ou granito.
  • Lápis de cor aquarelável: bastante conhecidos, são muito úteis quando se deseja que linhas mais fortes e definidas marquem a superfícies. Eles podem ser usados junto à aquarela, com qualquer proporção de água.
  • Borrões de água: faça através de pingos de agua sobre uma aguada com cor. Deixe gotas caírem sem intervir com o pincel, deixando secar naturalmente.
  • Borrões com álcool: faça através de pingos de álcool sobre uma aguada com cor. Deixe gotas caírem sem intervir com o pincel, deixando secar naturalmente.
  • Sopro: com um canudinho, sopre uma gota de tinta de forma a criar formas orgânicas similares a galhos de árvores.
  • Esponja: Além de texturas, a capacidade de absorção de uma esponja macia promove efeitos curiosos.
  • Pastel seco, carvão e lápis secos (contés): por serem materiais que não se fixam totalmente ao suporte, exigem cuidado ao serem manipulados para que não ocorram contaminações e borrões em áreas não desejadas. Ao menor toque, o pigmento se transfere para as mãos e corpo, gerando em muitas pessoas desconforto durante o processo. Mas é por essa razão que eles se dão bem com a aquarela: eles podem ser facilmente aguados e trabalhados, podendo utilizar não só fixadores comuns, mas também a própria goma arábica vendida separadamente no mercado.
  • Objetos e colagens: Constitui-se em agregar ao desenho e à aquarela colagens em geral e objetos. Vale também para suportes com informações pré-existentes.
  •  

[1] A carga utilizada é o carbonato de cálcio, que tem como função ampliar a resistência física, aumento do volume e estabilização do PH, entre outros fatores. Fonte: Colnago, 2003.

MATERIAIS

Obs: os materiais são muito duráveis, por isso o investimento inicial pode ser mais alto, porém dilui-se com o tempo. Apenas os papéis precisam ser comprados com maior frequência.

Papéis:

  • Papel Canson Aquarela ou Montval, A3, grão-fino, 300 g/m2. Folhas avulsas ou bloco. Preço sugerido do bloco Canson aquarela A3 com 30 folhas: R$ 90,00. Montval folha avulsa: R$ 10,00.
  • Papel Canson 220 g/m2 ou acima, cor branca, A3 ou A2. 15 folhas por aluno aproximadamente, mais papeis de reserva;
  • Folhas de papel sulfite A4 ou A3 branco (Gramatura 90g/m², preferencialmente).
  • Papel Canson Heritage ou Arches, 100% algodão. Opcional.

Tintas:

  • Aquarela profissional: cores primárias e outras (Cotman, Talens, Maimeri, etc.). Preço sugerido por tubo: R$ 20,00 – 25,00;
  • Guache profissional – cores primárias CMY mais preto e branco (Talens). Preço sugerido por pote: R$ 16,00.
  • Aquarela Pentel (estojo com 12 cores): caso o aluno não encontre as aquarelas profissionais, porém não é recomendada para uso profissional. Preço sugerido: R$ 15,00

Pincéis

  • Pincéis variados, redondos sintéticos (Linha 482 – Tigre; ou similar), tamanhos 02, 08, 18, 24.
  • Preço sugerido do kit de pinceis sintéticos da China: R$ 40,00.

Diversos:

  • Caneta nanquim 0.5 ou 0.7. Preço sugerido: R$ 13,50.
  • Lápis grafite ou lapiseira;
  • Fórmica (suporte rígido). Preço sugerido: A3 – R$ 7,50; A2 – R$ 28,00.
  • Estilete;
  • Fita crepe;
  • Régua, esquadro e compasso;
  • Godê ou pratos de porcelana para mistura de tintas, individual, na cor branca;
  • Copos para água;
  • Pano absorvente ou papel toalha;
  • Pasta para guardar os trabalhos (sem enrolar ou dobrar)

Referências bibliográficas BÁSICAS:

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