Arco de Constantino

Por Marcelo Albuquerque

O Arco de Constantino localiza-se ao lado do Coliseu, que proporciona uma de suas melhores vistas, entre o Palatino e o Célio, na antiga rota triunfal. O arco foi dedicado pelo Senado em homenagem à vitória de Constantino sobre Maxêncio na Batalha de Ponte Mílvia, em 312, e inaugurado em 315. No momento de sua construção, Constantino ainda não havia declarado a liberdade de culto no império, que ocorreria em 313, com o Edito de Milão, beneficiando especialmente os cristãos. Apesar da tradição hagiográfica da aparição da Cruz ter ocorrido durante a Batalha da Ponte Mílvia, não se encontram representações cristãs em seu arco. O Concílio de Nicéia, que oficializa a aproximação do imperador ao catolicismo, ocorrerá em 325.

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Arco de Constantino, Roma. Fachada norte. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Os relevos do arco apresentam cenas de sacrifício a vários deuses pagãos e bustos de deuses, outrora retirados de outros monumentos e reassentados no novo arco dedicado ao imperador. Entre os relevos recolocados estão peças de um monumento do tempo de Marco Aurélio, e existe a hipótese de que sua estrutura foi iniciada ainda nos tempos de Adriano e depois reformada na era de Constantino, inserindo frisos da época de Trajano nas paredes internas da passagem central, bem como a execução de relevos na era constantiniana. Conforme a tradição iconográfica, assim como no Arco de Sétimo Severo, um lado do arco apresenta o tema da paz, enquanto o outro apresenta o tema da guerra.

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Arco de Constantino, fachada sul. Roma. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Assim como o Arco de Sétimo Severo, o Arco de Constantino possui três arcos, um maior ladeado de dois menores, porém não se comunicam entre si sob as abóbadas. Da mesma forma, possui colunas independentes apoiadas em altos pedestais, bem como a repetição de alegorias, como as Vitórias aladas nos tímpanos dos arcos centrais. Foram inseridas as cornijas salientes acima das colunas na era constantiniana. As esculturas de corpo inteiro, em pedestais sobre as colunas, datam da época de Trajano. Os relevos, reutilizados de outros monumentos de outros imperadores, recordam as figuras dos “bons imperadores” do segundo século – Trajano, Adriano e Marco Aurélio – assimilados à figura de Constantino para fins de propaganda política.

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Arco de Constantino, Roma. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

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Marcelo Albuquerque

Pintor, desenhista, professor e escritor. Professor assistente da UC Expressão Visual, UC Estudos Críticos: história, arte e cultura, História da Arte, Arquitetura e Urbanismo, Teoria e História do Design, Desenho de Observação, Plástica e Patrimônio Cultural no Centro Universitário UNA, na graduação de Arquitetura e Urbanismo, Design Gráfico, Design de Moda e no curso tecnólogo de Design de Interiores. Mestre em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes - UFMG. Especialista em História da Arte pela PUC MG. Especialista em Ensino e Aprendizagem na Educação Superior. Bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes - UFMG. Possui em seu currículo mais de 40 exposições artísticas e 3 livros publicados. É autor do website Arte e Cultura, disponível em: arteculturas.com e do website, disponível em: artealbuquerque.com.

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