Aquedutos e pontes

Os textos e as imagens (fotografias, obras de arte e ilustrações) do autor estão protegidas pelas leis de direitos autorais – Lei 9.610/98. Nenhuma parte deste website poderá ser reproduzida ou transmitida para fins comerciais, sem prévia autorização por escrito do detentor dos direitos. Ao citar este website em demais pesquisas acadêmicas, gentileza observar as instruções acima “Como citar artigos deste website – Exemplo”. Para maiores informações, envie e-mail para: historiaartearquitetura@outlook.com, ou acesse CONTATO.

Por Marcelo Albuquerque

Os aquedutos são construções emblemáticas e símbolo do poderio romano. Na sua construção eram utilizados o concreto (opus caementicium) e a alvenaria de tijolos e pedras, aliados à tecnologia dos arcos. Eles são, em essência, canais artificiais de condução de água para níveis mais baixos que as fontes naturais, aproveitando-se a gravidade. Porém, apesar de sua função essencialmente prática na condução vital da água, os aquedutos também são belos quando atravessam os grandes vales com suas imponentes arcadas, marcando a paisagem e deixando a indiscutível presença romana através dos tempos. Goethe comenta em sua passagem em 1789 por Terni a caminho de Roma:

“Subi no Spoleto e estive no aqueduto que é, ao mesmo tempo, a ponte que conduz de uma montanha a outra. Os dez arcos a vencer o vale erguem-se há séculos com seus tijolos, e a água segue sendo levada para toda a parte. Essa é, pois, a terceira obra da Antiguidade que vejo pessoalmente, e a grandiosidade é sempre a mesma. Sua arquitetura é uma segunda natureza, atuando em consonância com os interesses dos cidadãos – assim é com o anfiteatro, o templo e o aqueduto (GOETHE, Viagem à Itália, p. 142).”

Uma imagem contendo ao ar livre, trem, ponte, edifício

Descrição gerada automaticamente

Ponte delle Torri, Spoleto, Italia: construção de origem romana, porém modificada na Idade Média e restaurada nos períodos modernos. Fonte: Wikipedia (domínio público).

As fontes podiam captar água das nascentes ou estarem em represas, sendo recolhidas em pontos ligados a pequenos túneis. A água não poderia correr em ângulo muito íngreme, pois danificaria o canal ao longo do tempo devido ao atrito. Grande parte dos aquedutos seguiam perto da superfície, acompanhando os contornos do terreno. Se encontrava um monte, era escavado um túnel cortando o seu interior. Se atingisse um vale, uma ponte arcada seria construída, geralmente. Ao chegar nos arredores da cidade, a água enchia um grande tanque de distribuição chamado de castellum. A partir dali a água podia correr e se ramificar em outro castellum secundário. Estes se ramificaram novamente, muitas vezes em tubos e canais de alvenaria, fornecendo água sob pressão para fontes, casas particulares e banhos.

aquedutos romanos

Ilustração representando a condução de águas a partir da fonte até a cidade. Adaptado por Marcelo Albuquerque, 2017.

O Acqua Appia foi o primeiro aqueduto romano, construído em 312 a.C. por Ápio Cláudio, o mesmo censor responsável pela construção da Via Ápia. Fluía por 16,4 km, entrando em Roma pelo oriente e desembocando no Fórum Boário. O Acqua Claudia começou a ser construído por Calígula (37-41) e terminou no governo de Cláudio (41–54), seu sucessor. A construção foi do ano 38 a 52. Entre as fontes principais, estava o Subiaco, a 70 km de Roma.

Arcada e ruínas do Arco de Druso, parte do aqueduto Antoniniano, junto à Porta Latina, Roma. Foto: Marcelo Albuquerque, 2015.

Em Roma, certamente a melhor oportunidade para se conhecer seguramente os aquedutos da Antiguidade é visitar o Parque dos Aquedutos, localizado na região leste da cidade, perto da estação de metrô Cinecittà. Ele integra o parque regional da Via Appia, e seu nome deriva da presença dos aquedutos elevados  e subterrâneos, romanos e papais, que abasteciam a Roma antiga. São eles: Anio Vetus (subterrâneo), Claudio e Anio Novus (sobrepostos), Marcia, Tepula, Iulia e Felice (sobrepostas). O parque é usado como cenário para várias produções cinematográficas, como A Grande Beleza, La dolce vita , Mamma Roma e a série Roma da HBO, entre outras.

Aqueduto Claudio. Parque dos Aquedutos, Roma. Fotos: Marcelo Albuquerque, 2019.

Continue a leitura adquirindo o livro ou e-book completo.

O arco e as abóbadas romanas

Publicado por

Marcelo Albuquerque

Pintor, desenhista, professor e escritor. Professor assistente da UC Expressão Visual, UC Estudos Críticos: história, arte e cultura, História da Arte, Arquitetura e Urbanismo, Teoria e História do Design, Desenho de Observação, Plástica e Patrimônio Cultural no Centro Universitário UNA, na graduação de Arquitetura e Urbanismo, Design Gráfico, Design de Moda e no curso tecnólogo de Design de Interiores. Mestre em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes - UFMG. Especialista em História da Arte pela PUC MG. Especialista em Ensino e Aprendizagem na Educação Superior. Bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes - UFMG. Possui em seu currículo mais de 40 exposições artísticas e 3 livros publicados. É autor do website Arte e Cultura, disponível em: arteculturas.com e do website, disponível em: artealbuquerque.com.

2 comentários em “Aquedutos e pontes”

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s